segunda-feira, 15 de junho de 2009

Impermeabilização - Parte I

Introdução
Em se tratando de impermeabilização em uma construção, mesmo que estejamos adotando material adequado e de boa procedência, ainda assim não estamos garantidos. Como em todos os serviços de uma obra, mais ainda no caso da impermeabilização, a mão de obra utilizada precisa ser exaustivamente treinada.
Como a área a ser impermeabilizada sofrerá intervenções por outras equipes antes e depois da aplicação da camada impermeabilizante, essas equipes precisam sempre passar por treinamento de reciclagem para a conscientização dos riscos responsáveis por um futuro vazamento.
É comum vermos a equipe de concreto esquecer ou não ser avisada de colocar na forma uma simples ripa que fará o sulco necessário para a ancoragem da manta de impermeabilização. Isso gerará um reserviço oneroso na fase de impermeabilização, onde haverá de se quebrar com uma talhadeira e corre-se o risco de abalar a estrutura.
Outro exemplo comum é um servente precisar pregar um inofensivo preguinho em uma parede rebocada, para esticar uma linha de marcação, sem saber que atrás desse reboco está toda a camada impermeabilizante, pronta e acabada.
Vários outros exemplos poderiam ser citados, mas por enquanto podemos nos ater a esses dois para que possamos notar que os próprios colaboradores da obra podem se transformar em vilões por falta de aviso dos riscos e cuidados a serem tomados.
Embora este assunto não seja tratado com a freqüência e seriedade que deveria, a impermeabilização é parte fundamental de uma edificação.
Nos preocupamos com pisos, paredes, portas, janelas e telhados, mas de que valem todos esses elementos que compõem uma construção se não forem capazes de impedir os efeitos da tão indesejável infiltração?
Todos nós sabemos quão teimosa e persistente é a água. Precisamos superá-la sendo precisos e conscientes dos seus fenômenos.
Temos no mercado inúmeros produtos impermeabilizantes. Caros, baratos, fáceis, complicados, simples e sofisticados. Todos prometem maravilhas, garantem facilidades na aplicação, estanqueidade e durabilidade.
Precisamos entender que no mercado dos dias de hoje, tudo se faz para sobreviver e o importante é vender. Claro que se o produto não cumprir as finalidades que o seu fabricante garantiu, podemos nos fazer valer das leis de proteção do consumidor e até conseguir algum reparo. Mas não estamos aqui falando da compra de um televisor que lhe deixou na mão em um domingo de decisão de um campeonato.
Estamos falando de um cliente insatisfeito que está com seu apartamento encharcado. De um apartamento de cobertura, onde o reparo vai implicar na quebra de boa quantidade de materiais de revestimento nobres, sujeiras e contratempos para o seu cliente que confiou que teria um local seguro para morar.
Concluímos então, que o maior prejuízo será o seu, pois mesmo que consiga provar, ao fornecedor e aos órgãos judiciários, que seguiu meticulosamente as recomendações e instruções e ainda consiga um ressarcimento, fica o prejuízo moral perante o cliente, este sim, é um prejuízo que nenhum de nós profissionais gostaríamos de trazer conosco.

Por João Ricardo Spagnollo (Arquiteto)

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