Forro no capricho: ele define a concepção arquitetônica do ambiente. Saiba como escolher o tipo mais adequado para cada caso
Mais que um revestimento, ele define a concepção arquitetônica do ambiente. O forro pode trazer a sensação de conforto e revelar formas e materiais arrojados. Planejá-lo durante o projeto é a melhor maneira de evitar erros. É nessa etapa que se escolhe o tipo mais adequado – levando em conta se a iluminação será embutida, direta ou difusa – e se avaliam quais as exigências para conquistar o isolamento termoacústico do cômodo. No entanto, é bom lembrar que não existe nenhuma opção que, sozinha, barre o som e o calor: para obter esse efeito, o forro pode vir acompanhado por uma manta de lã de rocha ou de vidro. Entre as versões mais conhecidas estão a madeira, o gesso, o PVC, além das fibras sintéticas e naturais, caso do bambu. O ideal é que todos sejam instalados por mão de obra especializada em cada material. Conheça os segredos de instalação e manutenção de cada um e boa escolha. Selecionamos 27 soluções práticas com forros de gesso, caso opte por esse material.
*Preços pesquisados em São Paulo em julho de 2009
Forro de madeira
Réguas de cedrinho, angelim, perobinha, jatobá são boas opções para forros, pois têm elevada resistência ao ataque de cupins. Segundo Geraldo Ventura, gerente da Projeto Madeiras, de São Paulo, o metro quadrado custa em torno de R$ 40 (cedrinho) a R$ 70 (perobinha). Já a mão de obra pede, em média, R$ 45 por m² de forro.
Instalação: as réguas são fixadas com pregos ou parafusos na estrutura do telhado, que pode ficar embutida ou aparente. Para garantir o desempenho do forro, as vigas e os caibros devem ser travados adequadamente, tendo os tarugos (peça cilíndrica de madeira que substitui o prego) bem nivelados. Nesta sala de jantar, a Góes Engenharia projetou um forro de duas águas com lambris de freijó. Com execução da Alt, Goppert, as peças têm encaixe saia-e-blusa (veja ilustração abaixo) – uma tábua mais larga embaixo de outra mais estreita, resultando em dois níveis que formam um canal. Também há outro tipo de encaixe, o mais usado, chamado macho-e-fêmea (veja ilustração abaixo), em que uma peça de saliência contínua se encaixa em outra com reentrância. Manutenção: recomenda-se a aplicação de verniz, stain ou tinta a cada dois anos.
rro de duas águas com lambris de freijó. Projeto da Góes Engenharia.
Na casa de praia do arquiteto André Guidotti, em Ubatuba, SP, o forro com encaixe do tipo macho-e-fêmea é de muiracatiara, espécie de alta durabilidade. Madeira comprada na Madeireiro e executada por José Paulo Raizer.
No encaixe macho-e-fêmea, mais usado, uma peça de saliência contínua se encaixa em outra com reentrância.
Encaixe saia-e-blusa: uma tábua mais larga embaixo de outra mais estreita, resultando em dois níveis que formam um canal.
Forro de drywall. Projeto de Ana Bartira Brancante e Daniela Mattos para a Casa Cor São Paulo 2009. Execução pela Gesso Lucci.
Forro de gesso
Menos peso e mais flexibilidade são algumas das vantagens desse tipo de forro, em forma de gesso artesanal (cerca de R$ 30 por m²) ou drywall (R$ 45 por m²). A diferença principal entre eles está na colocação, pois a segunda opção oferece obra limpa e rápida. Um forro de 50 m² de drywall fica pronto em um dia, enquanto o de gesso comum leva cerca de quatro dias, ambos com duas pessoas trabalhando, segundo o engenheiro Omair Zorzi, da comissão técnica da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, em São Paulo. Clique aqui para saber como são realizadas a instalação e a manutenção de forros de gesso.
Instalação: as chapas de gesso são parafusadas numa estrutura de aço. Para a iluminação embutida, deve-se preparar previamente a parte elétrica, deixando os conduítes com os fios, devidamente isolados, nos pontos certos das luminárias. No ambiente da foto, projetado pelas arquitetas Ana Bartira Brancante e Daniela Mattos para a Casa Cor São Paulo 2009, as placas de drywall têm nichos centrais (20 cm de largura) e mangueiras luminosas embutidas. O forro, executado pela Gesso Lucci, esconde as vigas e os desníveis da laje. Manutenção: limpeza com pano úmido e repintura com tintas látex ou acrílica.
Forro de bambu, projetado e instalado por Nani Chinellato no ambiente de Dado Castello Branco para a Casa Cor São Paulo 2009.
Forro de bambu
Moderno e resistente, ele também aparece como alternativa sustentável – em três anos essa gramínia de crescimento rápido está pronta para o corte. “Por sua estrutura e geometria naturais, o bambu tem um bom nível de isolamento acústico”, conta a designer têxtil Nani Chinellato, de São Paulo, que projetou e instalou o forro do bangalô assinado pelo arquiteto Dado Castello Branco (foto) para a Casa Cor São Paulo 2009. Este modelo trançado sem emendas custa cerca de R$ 400 por m² colocado. Para protegê-lo da umidade, Nani sugere a aplicação de manta impermeável sob o telhado.
Instalação: por ser artesanal, a técnica sofre variações. Neste espaço, o bambu-mirim (phyllostachys aurea), ou cana-da-índia, foi preso em baguetes de madeira de 2 x 2 cm com cola quente e arame. Tetos inclinados pedem o travamento das varas a cada 50 cm. O uso de pregos pode causar rachaduras. Manutenção: bambus autoclavados e queimados em fogo ganham resistência e ficam protegidos de pragas. Esses cuidados simplificam a limpeza com espanador de pó ou pano. Em contato com a umidade, requer a aplicação de seladora ou verniz.
Forro de PVC da Vipal, instalado pela Alpha Door
Forro de PVC
A nova geração de PVC reproduz cor e textura de madeira graças ao processo de impressão sobre a régua pronta. A Vipal, fabricante do forro desta casa paulista (instalado pela Alpha Door), garante que as versões madeiradas seguem as normas técnicas brasileiras, que estabelecem parâmetros de resistência a impacto e linearidade (para que haja um encaixe perfeito) etc. Custa de R$ 38 a R$ 45 por m² de forro colocado. Outros fornecedores: Tigre, Confibra e Araforros.
Instalação: as réguas de 200 x 8 mm, com encaixe macho-e-fêmea, são parafusadas em estruturas de aço, PVC rígido ou madeira. O processo é simples, mas as medidas devem ser corretas e as estruturas com bom nivelamento. Manutenção: imune a cupins, fungos e corrosão, esse material pode ser limpo com álcool etílico, água e sabão neutro.
Forro de fibras naturais
Comuns em áreas corporativas, os forros modulares são indicados para ambientes com boa acústica, como home theaters. Isso ocorre pela composição dos módulos, fabricados com fibras minerais (lã de rocha, argila e perlita) e cola orgânica, segundo o engenheiro Fábio Miceli Teixeira, da Knauf AMF Forros. Não exigem manutenção e são instalados com sistema de clique em perfis metálicos sustentados por tirantes de aço.
Por Cida Paiva, Cristina Bava, Eliana Medina e Michele Grein (assistente)
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