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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Elétrica - Projeto - Material - Circuitos - Dúvidas

Quando os eletrodomésticos ainda ensaiavam sua estréia triunfal dentro das nossas casas, a instalação elétrica se resumia a um simples passar de fios e conduítes. Pois novos aparelhos surgiram e se multiplicaram, fazendo com que a importância de um serviço bem feito crescesse na mesma proporção.

Ninguém quer que, depois da obra concluída ou do apartamento reformado, a luz continue variando quando o microondas é ligado ou que o chuveiro não possa ser acionado ao mesmo tempo em que a máquina de lavar roupas, sob pena de desarmar o disjuntor e deixar parte da casa às escuras.

Como quase tudo numa obra, a hora de evitar esses problemas é antes da construção, no momento em que os projetos arquitetônico e estrutural estão sendo definidos. Afinal, tudo se interliga.

A disposição dos ambientes, a área construída, o pé-direito, todos esses elementos têm influência direta sobre o tipo de trabalho a ser feito e do material a ser usado.
Se a hora é de economizar, pense em outros departamentos em que poderá cortar gastos – na instalação elétrica, definitivamente, não é. Um projeto bem dimensionado, alicerçado em materiais de qualidade, evita muito mais que disjuntores desarmando: ele nos poupa de incêndios e de choques elétricos, que podem causar queimaduras e até matar.

Mãos à obra

Ou melhor, ao papel. Este é o momento de elaborar o projeto, determinando quantas tomadas cada cômodo deve ter, onde elas estarão, quantos pontos de luz serão necessários – e qual a capacidade de carga de cada um. Todos os sonhos (um home theater, uma estação de microcomputadores) devem constar da sua planta, ou será difícil concretizá-los sem ter, mais tarde, de quebrar as paredes e redimensionar potências.

Elétrica - Escolha do material

Os materiais que levam a energia aos diferentes pontos de sua casa devem ser de boa qualidade. Procure na embalagem o símbolo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), procedimento aconselhável para todos os componentes de sua instalação. Desde os cabos até os interruptores, esse símbolo significa que as peças foram feitas obedecendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para Instalações Elétricas de Baixa Tensão, identificadas pela sigla NB-3 (NBR-5410), antiga NB-3. Agora, conheça a cesta básica da sua instalação.

Fios e cabos

Só há uma diferença entre eles: a flexibilidade. Os fios – constituídos de um único e espesso filamento – são rígidos. Já os cabos são formados por vários filamentos finos, o que lhes dá maleabilidade e facilita sua colocação nos trechos onde há curvas.
O material de que são feitos – o condutor de eletricidade – é o mesmo, o cobre (que, aliás, pode variar muito de qualidade). Faça sua pesquisa de preços, mas não leve um produto só porque é mais barato. Isso pode significar matéria-prima inferior – quanto mais puro o cobre, melhor será a condução da energia. Muita atenção também quanto ao revestimento, que deve ser antichama. Exposto ao fogo, o PVC, que cobre todos os fios e cabos, não propaga a chama, mas, em geral, libera gases tóxicos. Uma nova geração de cabos aboliu o chumbo tóxico da capa que isola os condutores. Na hora da compra, pergunte sobre a qualidade do produto e verifique as suas especificações.

Disjuntores desarmados, choques, curto-circuitos, variação na intensidade da luz...


Esses são apenas alguns – ou os mais corriqueiros – problemas que nos afligem no dia-a-dia. A boa notícia é que tudo isso pode ser evitado – ou reformado, se sua casa já não é tão nova assim. Acompanhe neste Elétrica sem segredos, edição especial da revista Arquitetura & Construção, tudo o que envolve uma instalação elétrica bem feita. Um projetista faz parte, naturalmente.

Elétrica - Definição dos circuitos

Neste momento, você já listou eletrodomésticos e pontos de luz com as devidas potências. Contas feitas, definem-se os circuitos (as linhas de transmissão de energia interna, que saem da caixa de distribuição e levam a eletricidade até os aparelhos). Para cada um, instala-se um disjuntor. A questão é: quantos?

Fixar essa quantidade é relativamente simples: ramais que alimentam aparelhos de grande potência (a partir de 1 200 W), como chuveiros, fornos de microondas, máquinas de lavar roupa e secadoras, por exemplo, pedem circuitos exclusivos.

A mesma indicação serve para os aparelhos eletrônicos, como os computadores, mesmo que não tenham potências tão elevadas. Além disso, tomadas e pontos de luz não devem ser abastecidos por um mesmo circuito.

Estabelecendo limites

Como determinar o limite de cada circuito? E quantas tomadas podem ser ligadas a cada um sem que haja o risco de sobrecarga? Os projetistas recomendam tomadas comuns, de 100 watts de potência, em média, para ambientes de estar, como salas e quartos. Um circuito feito com um cabo de 2,5 mm2 (a bitola mais comum em residências) a uma tensão de 110 volts pode conduzir algo em torno de 1 200 a 1 500 watts. Assim, será possível ligar cerca de dez tomadas de 100 watts cada, já prevendo uma margem de segurança. Se a tensão for de 220 V, a potência do circuito aumenta para algo em torno de 2 200 watts.
Ao estabelecer o número de circuitos e a potência de cada um, lembre-se de que não se deve exceder o limite de cada ramal, sob pena de superaquecimento dos cabos, variações
na tensão e desarme constante dos disjuntores.

Elétrica - Circuitos

Aterrando o sistema
Por ser um grande depósito de energia, a terra pode fornecer ou receber elétrons, neutralizando uma carga positiva ou negativa. Aterrar o sistema
é exatamente isso: estabelecer essa ligação
com a terra, estabilizando a tensão em caso
de sobrecarga. Assim, você evita um curto-circuito nos aparelhos.




O procedimento é simples: próximo à caixa de distribuição, uma barra de cobre, vendida nas lojas especializadas, é cravada no solo. Dela sai um cabo neutro – justamente o fio terra – para todas as tomadas da casa.

Nos projetos mais recentes, as tradicionais tomadas de dois pinos estão cedendo lugar para as de três pinos, em que o terceiro é o terra. É uma boa providência. Prevendo a existência de sistemas aterrados – infelizmente ainda raros
na maioria das construções brasileiras –, vários eletrodomésticos estão saindo de fábrica com plugues desse tipo, antes comuns apenas em aparelhos como computador, fax, impressora e televisão. Devido às suas características técnicas, esses equipamentos são mais vulneráveis a um curto-circuito.

No caso dos micros, não pense que só o uso de um estabilizador é capaz de protegê-los. Se o seu sistema não for aterrado, o plugue de três pinos do aparelho terá de ser ligado a uma régua e, a partir dela, na sua parede,
em uma tomada comum. O terceiro pino do plugue – o terra – simplesmente perdeu sua função.

O cálculo da bitola

Quanto maior a distância entre o quadro de luz e a tomada, maior será a bitola do cabo. Se ela for sub dimensionada, a energia se transformará em calor, diminuindo o desempenho dos aparelhos, aumentando o consumo de energia e expondo sua instalação a um curto-circuito.

Aumentar a esmo a seção nominal não é a solução do problema: com uma bitola maior do que o necessário você estará apenas onerando a sua obra (isso significa preço mais alto, e são muitos os metros a serem percorridos). Em geral, os fios têm entre 2,5 mm2 e 8 mm2, mas o cálculo correto é trabalho do projetista.

A partir daí é feita a distribuição dos circuitos: para cada um são usados dois fios vivos (um fase e um neutro), para tomadas 110 V. Ou fase e fase, para tomadas 220 V. Fase, como você já percebeu, é, justamente, o fio que conduz a energia elétrica.

Elétrica - Dúvidas

Algumas perguntas sempre surgem na cabeça de quem está reformando ou construindo. E na de quem acaba de levar um choque no chuveiro ou perdeu o equipamento de som em razão de um mal de que o país inteiro é vítima: os raios. Saber o que acontece na sua instalação elétrica pode ajudá-lo a evitar prejuízos – de um curto-circuito capaz de destruir os seus equipamentos a uma conta de luz que mina o seu orçamento mês a mês.

É verdade que uma casa com tensão de 220 volts gasta menos energia?

Não. A única diferença entre 110 V e 220 V está na bitola dos cabos. Um ramal de 1 200 W de potência terá, em 220 V, aproximadamente a metade da bitola de um outro, de mesma potência, que usa 110 V. Na ponta do lápis, a economia é significativa (bitola menor, custo menor). Os eventuais acidentes e choques com uma tensão de 220 V, porém, são mais perigosos que em 110 V. Por isso, a maior parte dos projetistas recomenda o 220 V apenas para circuitos específicos, que alimentam os equipamentos de maior consumo e pedem ramais exclusivos.

Existe o risco de choque no chuveiro elétrico, mesmo com a instalação em ordem e o sistema aterrado?

Sim. Ainda que remotamente, até os chuveiros elétricos que usam resistências blindadas oferecem esse risco. Essa foi uma das razões que levou a ABNT a adotar os dispositivos de controle de fuga de corrente (DR). Quando uma descarga se precipita no chuveiro, o dispositivo se encarrega de acusar e desviar o excesso de carga do sistema, evitando o choque.

O disjuntor desarma a toda hora. Devo colocar um de amperagem maior?

Não. É preciso saber o porquê de tão sucessivos incidentes. Uma das hipóteses é a de que o sistema esteja operando acima de seu limite. Isso é bastante comum em casas antigas, que não foram adaptadas à maior demanda de energia dos equipamentos modernos. Nesse caso, a queima do fusível, ou o desarme do disjuntor, pode ser sinal de excesso de carga para as dimensões de sua instalação. A única alternativa é a reforma.

Se você mora em edifício, há mais um item a ser considerado: a prumada – o cabo que sobe desde o térreo, ou subsolo, levando a eletricidade até o seu apartamento. Ela pode ter ficado inadequada para o seu consumo atual de energia, provocando desarme do disjuntor na caixa de entrada do prédio. A única solução é trocar a prumada por um cabo de maior bitola. Em alguns edifícios, o condomínio se encarrega da troca geral; em outros, cada apartamento se responsabiliza pela sua. E lembre-se de fazer o cálculo da quantidade de energia a ser usada em seu apartamento para que um projetista determine a bitola da nova prumada.

Variações de tensão, comuns nas redes brasileiras, prejudicam os aparelhos?

Para os aparelhos bivolt – que trabalham com tensões de 90 a 240 volts – as variações não trazem prejuízo. Mas os que operam com apenas uma tensão podem sofrer avarias. Fique atento, também, aos aparelhos importados que não sejam bivolt. Os japoneses, por exemplo, operam com 100 V, o que os torna incompatíveis com o sistema brasileiro, que quase sempre adota 110 V. Não são raros os casos de aparelhos japoneses queimados à primeira conexão na tomada.

Como resguardar minha casa dos raios?

Por sua posição geográfica, o Brasil é o país que mais sofre a incidência de raios – descargas elétricas de milhões
de volts que nascem entre as nuvens e descem até o solo
(os relâmpagos não chegam ao chão, são como enormes fagulhas que surgem e morrem no céu).

Como todas as instalações e os aparelhos residenciais são projetados para trabalhar em tensões que vão de 90 a 240 V, imagine o que acontece quando tudo isso recebe 1 milhão de volts de uma só vez: a estrutura da casa é danificada, o que pode causar incêndio, queima de aparelhos e até ferimentos nos moradores. Infelizmente, ainda não se encontrou um sistema totalmente à prova dos temíveis raios. Mas é possível minimizar seus efeitos.


Gaiola de Faraday


Quem mora em casa deve considerar a instalação
de um pára-raios. Os mais usados no Brasil, conhecidos como gaiola de Faraday, são os que lançam mão de pequenas hastes coletoras, espalhadas pelas extremidades da construção, interligadas por cabos de cobre. Quando um raio atinge a casa, esse sistema se encarrega de distribuir a carga pelos diferentes ramais, que vão até o solo e mantêm a construção eletricamente neutra.


Franklin

Outro sistema, o Franklin, consiste em um mastro metálico, instalado sobre o telhado e ligado a cabos que conduzem a eletricidade até o solo. Só uma empresa especializada pode dimensionar adequadamente a sua proteção e indicar o melhor método (há casos em que os dois sistemas são combinados).

De qualquer forma, os pára-raios protegem apenas a casa
e em um perímetro determinado – a vizinhança não fica resguardada. Eles também não preservam eletrodomésticos nem computadores. Se a sobrecarga vier pela rede elétrica, pelo fio do telefone ou até mesmo pelo cabo da TV por assinatura, é possível que você tenha seus aparelhos danificados. Para proteger os equipamentos foi criado o supressor de surto de tensão – dispositivo que desvia as sobrecargas, funcionando como uma espécie
de pára-raios interno. Ele não ocupa espaço: instalado
no disjuntor (acima), ele termina em uma pequena caixa colocada junto ao equipamento. Mesmo que você instale
um para cada aparelho, é importante ter um supressor
mais potente no quadro de entrada da casa
e outro na entrada do telefone.

Existe uma forma simples de economizar energia?

A melhor maneira de economizar é fazer um projeto bem dimensionado. Se você optar por chuveiros elétricos ao invés de aquecedores a gás ou energia solar, por exemplo, seus banhos certamente serão mais caros. Mas, no dia-a-dia, é possível tomar providências que baixarão as cifras de sua conta de luz.

Chuveiro elétrico: no verão, ajuste o seletor. A mudança de chave representa uma diminuição de até 30% no preço da água quente.

Geladeira: instale-a em lugar protegido dos raios solares. Nunca use a parte de trás para secar tecidos nem forre as prateleiras. Também não deixe a porta aberta por muito tempo.

Ferro elétrico: evite ligá-lo várias vezes – o que mais consome energia é o aquecimento do aparelho.

Máquinas de lavar: espere juntar roupa ou louça suficiente para usar a capacidade total da máquina. E mantenha os filtros limpos.

Televisor: mesmo com um consumo nominal relativamente baixo, eles gastam bastante, pois tendem a ficar ligados por muito tempo. TV ligada, só quando alguém a estiver assistindo. O mesmo vale para computadores e impressoras

Vou comprar um imóvel usado. Como saber se a rede elétrica tem problemas?

Você pode consultar um eletricista de sua confiança, mas não existe nenhum sistema seguro para fazer uma avaliação completa. Você só saberá quando os disjuntores começarem a cair assim que seus aparelhos, lâmpadas e chuveiros forem acionados. Infelizmente, também não há uma maneira de refazer circuitos ou de acrescentar novos pontos de luz e de tomadas sem quebradeira. O mercado já ofereceu algumas alternativas, como um sistema de lâminas metálicas envoltas em material plástico colocadas sob o carpete – era preciso apenas abrir um pequeno trecho de parede, onde seria instalado o novo ponto. Por falta de segurança, o produto já não circula. As canaletas plásticas, que correm sobre a parede, são hoje a única alternativa possível, mas só são indicadas para circuitos de baixa tensão. Agora você entende por que muitas casas européias mantêm sua instalação à vista: a manutenção e as reformas tornam-se mais fáceis.

Como escolher a lâmpada certa entre tantas disponíveis no mercado?

Na hora da compra, pergunte sobre o consumo de energia, que vai de 9 a 650 watts, e sobre o IRC – Índice de Reprodução de Cor –, que varia entre 70 e 100 e diz respeito ao tom da lâmpada. Quanto mais próximo da luz do Sol, maior é o IRC.

Incandescente

O mercado oferece uma infinidade de modelos, mas não se atrapalhe: as lâmpadas se enquadram, basicamente, em três grupos: incandescentes, halógenas e fluorescentes. As mais antigas, que ainda predominam nas residências, são as incandescentes, que produzem luz a partir do aquecimento de um filamento de tungstênio. Com IRC de 100 (excelente), elas apresentam um baixo custo unitário. Os inconvenientes são o alto consumo de energia e a vida útil não muito longa (1 000 horas, em média). As incandescentes, ainda, costumam escurecer com o passar do tempo. Isso acontece porque o filamento de tungstênio desprende partículas que vão aderindo às paredes da lâmpada, causando o escurecimento. É claro que a poeira e a poluição acumuladas sobre ela contribuem para diminuir sua eficiência. Aqui, a solução é simples, mas geralmente esquecida: lâmpadas também precisam ser limpas.

Halógena

As halógenas são incandescentes que sofreram a adição de gases halógenos – eles reagem com as partículas de tungstênio desprendidas e as depositam de volta no filamento. Por esse motivo, elas não escurecem e duram mais (entre 2 000 e 4 000 horas). Esse grupo inclui as dicróicas – halógenas dotadas de um relfletor capaz de reduzir o calor excessivo produzido por esse tipo de lâmpada.




Fluorescente

Mais econômicas (seu consumo é 80% menor que o das incandescentes), as fluorescentes não têm filamento, mas gás mercúrio, e emitem luz fria a partir da descarga gerada por um reator. A durabilidade é considerável: entre 7 000 e 10 000 horas. O IRC varia de 70 a 85. Os modelos mais novos, que respondem pelo IRC mais alto, são encontrados em diversas tonalidades, das mais esbranquiçadas às mais amareladas. Portanto, preste atenção aos ambientes em que vai usá-las. Eficientes em banheiros, cozinhas e salas de estudo, as fluorescentes podem dar a espaços como salas e quartos uma atmosfera que lembra os escritórios.




Quando algum equipamento é acionado, a luz perde intensidade. O que fazer?

Esse tipo de interferência é comum e, geralmente, acontece quando se liga um aparelho de maior potência. Fique alerta: costuma ser sinal de que a distribuição de fases não está equilibrada. A solução é criar novos – e exclusivos – circuitos para os aparelhos que consomem mais energia, liberando os circuitos das lâmpadas e das tomadas comuns.

Fonte: Arquitetura & Construção

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Como funcionam lâmpadas e reatores

Especialistas afirmam que a tendência do mercado de lâmpadas aponta para os produtos de alta eficiência luminosa, baixo consumo, grande durabilidade, de eletrônica integrada, automação do sistema de iluminação e, especialmente, para as lâmpadas de pequenas dimensões.

Existem três tipos de lâmpadas e o funcionamento de todas é inspirado na natureza, afirma o gerente comercial da Osram Mauri Luís da Silva. As lâmpadas da família das incandescentes imitam a luz solar, e as de descarga - como as fluorescentes, as de mercúrio, as de sódio e as de multivapores metálicos - imitam a descarga elétrica produzida por um relâmpago. O terceiro tipo abrange os leds, diodos emissores de luz que funcionam por luminescência, imitando os vagalumes.

Incandescente - Primeira lâmpada comercialmente viável, ela funciona quando a corrente elétrica passa pelo filamento de tungstênio e o aquece, deixando-o em brasa. Emite mais calor do que luz - na prática, apenas 6% do que consome de energia é transformado em luz visível, e o restante é transformado em calor. Sua durabilidade é de, no máximo, mil horas pelo fato de o filamento ir se tornando mais fino devido ao aquecimento, causando a depreciação do fluxo luminoso até o momento em que o filamento se rompe e a lâmpada queima.

Fibra óptica - Não é uma fonte luminosa, mas sim um condutor de luz que pode ser comparado a uma mangueira de água. Depende de uma fonte de luz num dos extremos.

Endura - Fluorescente diferenciada que tem uma bobina eletromagnética no lugar do filamento para fazer a indução do mercúrio. A ausência do filamento assegura vida útil de aproximadamente 60 mil horas. É indicada para locais de difícil manutenção, como espaços de pé-direito muito alto.

Vapor de mercúrio de alta pressão - Já foi muito usada na iluminação pública e vem sendo substituída pelas lâmpadas de sódio. Seu princípio de funcionamento é exatamente igual ao das fluorescentes.

Sódio - Atualmente usada na iluminação pública, a lâmpada de sódio oferece luz amarela e monocromática que distorce as cores - seu IRC é de no máximo 30, afirma Silva. Em contrapartida, oferece grande fluxo luminoso com baixo consumo. Seu funcionamento é parecido com o das fluorescentes, exceto pela presença do sódio no lugar do mercúrio. A partida requer reator específico e ignitor (espécie de starter que eleva a tensão na hora da partida para 4 500l volts).

Reatores - Os antigos reatores eletromagnéticos grandes e pesados, que funcionam em 60 hertz, vêm sendo substituídos pelos modelos eletrônicos, que economizam energia e têm menor carga térmica. Os reatores eletrônicos trabalham em 35 kilohertz, o que evita a intermitência conhecida como cintilação e o efeito estroboscópico, ambos responsáveis pelo cansaço visual. Os reatores de baixa performance são os chamados “acendedores” e servem apenas para acender lâmpadas em ambientes residenciais. Os de alta performance são equipados com filtros que evitam interferências no sistema elétrico e são indicados para instalações comerciais, hospitais, bancos, escolas etc. Há ainda os reatores eletrônicos dimerizáveis, que permitem a dimerização de fluorescentes - possibilidade inimaginável há apenas dez anos. Seu uso permite a integração da luz natural com a artificial - quando combinado a sensores, ele vai aumentando ou diminuindo a intensidade luminosa das lâmpadas conforme a necessidade, de modo que a luz artificial seja usada apenas como complemento à luz natural. Também possibilita a criação de diferentes cenários de luz.

Multivapores metálicos - Tipo de lâmpada também conhecida como metálica, contém iodetos metálicos. Seu funcionamento é similar ao da lâmpada de sódio - requer reator e ignitor para elevar a tensão de partida. Tem grande iluminância, IRC de 90 e é indicada para locais onde é necessário haver iluminação profissional, como quadras de tênis, grandes eventos, jogos de futebol etc. Na hora de substituir uma lâmpada metálica por uma de outra marca, deve-se trocar também o reator e o ignitor, pois eles são incompatíveis.

Halógena - Seu funcionamento segue o mesmo princípio da lâmpada incandescente, da qual é considerada uma versão evoluída. A diferença está no fato de que o gás halogênio no interior do bulbo devolve ao filamento as partículas de tungstênio que se despreendem com o calor. Com isso, ela ganha estabilidade de fluxo luminoso e um aumento de durabilidade que pode chegar a 5 mil horas. Seu IRC é 100.

Fluorescentes - A corrente elétrica atravessa o reator, que dá a partida da lâmpada e estabiliza essa corrente, enviando-a para o interior da lâmpada, onde há um filamento recoberto por uma pasta emissiva. Quando aquecido, esse filamento provoca a movimentação dos elétrons no interior da lâmpada que, por sua vez, provoca a vaporização do mercúrio, produzindo a emissão de raio ultravioleta. A parede interna da lâmpada é pintada com pó de fósforo, e, quando os raios UV atravessam essa pintura, eles são transformados em luz visível. Com a evolução das lâmpadas, a pintura é feita hoje com o trifósforo nas três cores básicas (vermelho, verde e azul), o que resulta em maior fidelidade de reprodução de cores. As fluorescentes de 26 milímetros têm vida útil de cerca de 16 mil horas.

Led - Há menos de cinco anos, o led só era usado como indicador luminoso de aparelhos como rádio, TV ou computador ligados. Com a evolução, ele deixou de ser um marcador para se transformar em emissor de luz visível, e a cada ano os módulos de led estão dobrando seu fluxo luminoso. Led é a sigla de Light Emissor Diod (diodo emissor de luz). Não possui filamentos nem descarga elétrica, trabalha em baixa tensão, normalmente 10 ou 24 volts, e consome em média 1 watt, o que proporciona extrema economia de energia. Sua vida útil é de cerca de 100 mil horas, o que dispensa manutenção, e ainda tem a vantagem de praticamente não emitir radiações infravermelha e ultravioleta. Oferece a possibilidade de criar cenas no modo RGB (sigla em inglês para as três cores básicas: vermelho, verde e azul), comandadas por controle remoto ou computador. É usado em marcação de cinemas, teatros e substitui as fluorescentes em back-lights e fachadas.

Revista ProjetoDesign, edição Fevereiro de 2004