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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Saneamento Moderno: Tecnologias Avançadas para Filtros e Fossas Sustentáveis

 Introdução

O saneamento básico é essencial para a saúde pública e a preservação ambiental. Nos últimos anos, avanços significativos foram feitos em tecnologias para tratamento de esgoto doméstico, com destaque para filtros e fossas modernas que substituem os sistemas antigos de forma mais eficiente, sustentável e segura.




Evolução dos Sistemas de Filtros e Fossas

  1. Fossas Convencionais
    Utilizadas amplamente no passado, as fossas sépticas tradicionais requerem escavações grandes, apresentam risco de contaminação do solo e lençóis freáticos, e exigem manutenção frequente.

  2. Sistemas Modernos de Fossas
    Hoje, existem fossas ecológicas e biológicas que utilizam processos naturais para decompor resíduos, reduzindo drasticamente os impactos ambientais. Elas ocupam menos espaço, são mais seguras e têm maior durabilidade.

  3. Filtros de Tratamento
    Enquanto os antigos filtros de areia tinham baixa eficiência na remoção de contaminantes, os novos filtros anaeróbios e biofiltros proporcionam um tratamento mais eficaz, eliminando até 90% de poluentes orgânicos e sólidos.


Tecnologias Modernas Aplicadas

  1. Fossas Biodigestoras

    • Como funcionam: utilizam bactérias anaeróbias para decompor resíduos, gerando fertilizantes líquidos como subproduto.
    • Vantagens: custo acessível, redução de contaminação e geração de recursos reutilizáveis.
    • Exemplo: Em propriedades rurais, o uso de biodigestores substitui fossas convencionais com eficiência superior e custo operacional reduzido.
  2. Filtros Anaeróbios

    • Descrição: tanques de alta tecnologia que tratam efluentes de forma biológica, antes de seu lançamento no meio ambiente.
    • Eficiência: removem até 80% de matéria orgânica em resíduos domésticos.
    • Dados de execução: instalação em até 2 dias, contra 1 semana de filtros tradicionais.
  3. Sistemas Wetland Construído

    • Funcionamento: áreas plantadas que filtram e purificam efluentes utilizando raízes de plantas específicas.
    • Benefícios: tratamento natural e esteticamente integrado ao ambiente.
  4. Unidades Compactas de Tratamento

    • Pequenas estações de tratamento de esgoto (ETE) são agora compactas e portáteis, permitindo instalação rápida em locais com espaço limitado.

Comparação entre Sistemas Antigos e Modernos

CritérioAntigos (Convencionais)Modernos (Avançados)
Eficiência50-60%80-95%
Impacto ambientalAlto (contaminação)Baixo (tratamento seguro)
Custo inicialModeradoVariável (maior no início)
ManutençãoFrequenteReduzida
Tempo de instalação5 a 7 dias1 a 3 dias

Custos Estimados

  • Fossas Biodigestoras: R$ 1.500 a R$ 5.000 para instalação em residências unifamiliares.
  • Filtros Anaeróbios: entre R$ 3.000 e R$ 10.000, dependendo da capacidade.
  • Sistemas Wetland: R$ 8.000 a R$ 15.000, dependendo do tamanho da área.

Apesar do custo inicial mais alto, o retorno vem com a redução de despesas em manutenção e menor impacto ambiental.


Normas Relacionadas

  • NBR 7229 - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.
  • NBR 13969 - Tanques sépticos e seus tratamentos complementares.
  • NBR 12209 - Estações de tratamento de esgoto compactas.

Conclusão

A modernização de sistemas de saneamento não é apenas uma questão de eficiência, mas também de compromisso com o meio ambiente e a saúde pública. Tecnologias como fossas biodigestoras, filtros anaeróbios e wetlands são o futuro do setor, oferecendo soluções sustentáveis para demandas crescentes.

Construções Modulares e Pré-Fabricadas: Agilidade e Sustentabilidade no Setor

 Introdução

As construções modulares e pré-fabricadas estão transformando o setor da construção civil com soluções que combinam eficiência, economia de recursos e agilidade. Essa abordagem oferece vantagens como menor impacto ambiental, prazos reduzidos e custos previsíveis, sendo uma opção atraente para obras residenciais, comerciais e industriais.





O Que São Construções Modulares e Pré-Fabricadas?

  • Construções Modulares
    Baseiam-se em módulos fabricados fora do local da obra, que são transportados e montados no terreno. Esses módulos podem ser combinados de diversas formas, criando estruturas personalizadas.

  • Construções Pré-Fabricadas
    Refere-se a elementos estruturais como lajes, paredes e vigas produzidos em fábricas e posteriormente instalados no canteiro de obras.


Vantagens das Construções Modulares e Pré-Fabricadas

  1. Redução de Tempo
    O processo simultâneo de fabricação e preparação do terreno diminui significativamente os prazos de execução.

  2. Sustentabilidade
    A produção em fábrica reduz o desperdício de materiais e o impacto ambiental.

  3. Custos Mais Baixos e Previsíveis
    O controle em ambientes fabris permite maior precisão na utilização de recursos, reduzindo despesas inesperadas.

  4. Qualidade Superior
    Componentes são produzidos sob rigorosos padrões de qualidade em fábricas.

  5. Flexibilidade
    As estruturas podem ser ampliadas ou adaptadas conforme as necessidades dos usuários.


Aplicações Mais Comuns

  • Habitações Populares
    Alternativa rápida e econômica para suprir a demanda por moradia.

  • Escolas e Hospitais
    A flexibilidade dos módulos permite a criação de espaços funcionais em curto prazo.

  • Edifícios Comerciais e Industriais
    Galpões, escritórios e espaços de armazenamento têm sido largamente beneficiados por essa tecnologia.


Custos Estimados

Os custos de construções modulares e pré-fabricadas podem variar, mas, em geral, oferecem economia de 10% a 30% em relação às construções tradicionais. Por exemplo, um edifício residencial modular de médio porte pode custar entre R$ 2.500 e R$ 3.000 por metro quadrado, dependendo do projeto e materiais.


Normas Relacionadas

  • NBR 15575 - Desempenho de edificações habitacionais.
  • NBR 9062 - Projeto e execução de estruturas pré-moldadas de concreto.
  • NBR ISO 14001 - Gestão ambiental, aplicável à sustentabilidade em processos fabris.

Exemplo Prático

Um projeto recente de habitação popular no Brasil utilizou módulos pré-fabricados para entregar 200 casas em menos de seis meses, com 20% de economia em relação a métodos tradicionais. O sistema modular permitiu a montagem de uma casa em menos de dois dias.


Conclusão

As construções modulares e pré-fabricadas representam o futuro da construção civil, combinando agilidade, sustentabilidade e qualidade superior. Com o avanço das tecnologias, essa abordagem se consolida como uma solução ideal para atender às demandas crescentes de moradia e infraestrutura.


Prompt para Geração de Imagem

"Modern modular construction site, featuring prefabricated building components being assembled by cranes. Highlight innovative architecture with clean, geometric designs, surrounded by efficient processes and minimal environmental impact. Show workers and equipment in action, emphasizing sustainability and advanced technology."

Lean Construction: Otimização e Eficiência na Construção Civil

Lean Construction: Otimização e Eficiência na Construção Civil

Introdução
A Lean Construction, ou Construção Enxuta, é uma metodologia inspirada no Sistema Toyota de Produção, que busca otimizar processos, reduzir desperdícios e agregar mais valor às obras. Essa abordagem tem ganhado destaque na construção civil, especialmente em projetos que demandam maior eficiência, sustentabilidade e controle de custos.





Princípios da Lean Construction

  1. Foco no Valor
    Identificar e priorizar atividades que realmente agregam valor ao cliente, eliminando etapas que não contribuem para o resultado final.

  2. Redução de Desperdícios
    A metodologia foca nos principais tipos de desperdícios, como superprodução, movimentações desnecessárias, estoque excessivo, erros de execução e retrabalho.

  3. Fluxo Contínuo
    Promover um fluxo contínuo de trabalho ao longo do processo construtivo, evitando interrupções e gargalos.

  4. Melhoria Contínua
    Aplicação do kaizen (melhoria contínua) em todos os processos, buscando sempre formas mais eficientes de executar as tarefas.


Ferramentas e Técnicas da Lean Construction

  1. Last Planner System (LPS)
    Uma técnica colaborativa de planejamento que permite maior controle sobre as atividades do cronograma.

  2. Just in Time (JIT)
    Minimiza estoques e garante que materiais sejam entregues no momento certo para a utilização.

  3. BIM (Building Information Modeling)
    Embora seja uma tecnologia, o BIM facilita a aplicação dos princípios lean ao integrar planejamento, execução e gestão de recursos de maneira eficaz.

  4. Mapeamento de Fluxo de Valor (Value Stream Mapping)
    Identifica todas as etapas de um processo e elimina as que não agregam valor.


Benefícios da Lean Construction

  • Redução de Custos
    A eliminação de desperdícios e otimização dos processos resulta em economias significativas.

  • Prazo Reduzido
    Com processos mais eficientes, o tempo de execução das obras é diminuído.

  • Sustentabilidade
    A abordagem reduz resíduos e o consumo de recursos, tornando a construção mais sustentável.

  • Melhoria na Qualidade
    O foco na excelência operacional e na execução bem planejada reduz erros e aumenta a satisfação do cliente.


Implementação em Obras

A implementação da Lean Construction requer um comprometimento de toda a equipe envolvida, desde o planejamento até a execução. Algumas etapas fundamentais incluem:

  1. Capacitação da Equipe
    Promover treinamentos sobre os princípios lean.

  2. Estabelecimento de Indicadores
    Monitorar o desempenho das obras por meio de métricas específicas.

  3. Uso de Tecnologia
    Ferramentas como BIM e softwares de gestão auxiliam na coleta e análise de dados.

  4. Cultura Organizacional
    Incentivar uma cultura de melhoria contínua e foco no cliente.


Exemplo de Custos

Em uma obra de médio porte, a implementação da Lean Construction pode reduzir os custos em até 20%. Por exemplo, em um projeto de R$ 5 milhões, a economia pode chegar a R$ 1 milhão apenas pela eliminação de desperdícios e otimização dos processos.


Normas Relacionadas

  • NBR ISO 9001:2015 - Gestão da qualidade.
  • NBR 15575 - Desempenho de edificações habitacionais.
  • NBR ISO 14001 - Gestão ambiental, aplicável à sustentabilidade no canteiro de obras.

Conclusão

A Lean Construction é uma estratégia essencial para construtoras que desejam se destacar no mercado competitivo, oferecendo mais valor ao cliente com menos recursos. Além de ser economicamente viável, é uma abordagem sustentável que contribui para o futuro da construção civil.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Eficiência Energética em Edifícios: Modernização e Redução de Custos em Edificações dos Anos 90 e 2000

 



Introdução

Com a crescente preocupação com a sustentabilidade e o consumo consciente de recursos, a eficiência energética se tornou um tema central na construção civil. Edifícios mais antigos, construídos nos anos 90 e 2000, apresentam um potencial significativo de modernização para torná-los mais eficientes do ponto de vista energético. Este artigo detalha as principais medidas de eficiência energética aplicáveis a edifícios, o impacto dessas medidas no orçamento e como implementar soluções para reduzir os custos operacionais e aumentar o valor de mercado de edificações.

1. O Que é Eficiência Energética em Edifícios?

A eficiência energética em edifícios refere-se à adoção de tecnologias, processos e materiais que permitem o uso otimizado de energia, reduzindo o desperdício e os custos com eletricidade. Ela abrange desde a implementação de sistemas de iluminação e ar-condicionado eficientes até a utilização de fontes de energia renovável, como painéis solares.

Nos edifícios antigos, construídos sem as mesmas normas de eficiência atuais, as oportunidades de melhorias são consideráveis. A NBR 15575, que estabelece parâmetros de desempenho para edificações, não era tão aplicada nas construções das décadas de 90 e 2000, o que abre espaço para adaptações.




2. Medidas de Modernização para Eficiência Energética

A modernização de um edifício para torná-lo mais eficiente energeticamente pode incluir diversas intervenções, que variam em complexidade e custo. Abaixo, detalhamos as principais ações que podem ser implementadas.

2.1. Sistemas de Iluminação Eficiente

A substituição de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por sistemas de LED pode gerar economia de até 70% no consumo de energia com iluminação. A instalação de sensores de presença e de controle de iluminação natural também pode reduzir o consumo em áreas comuns, como corredores e garagens.

  • Custo Estimado: Para um edifício de 10 pavimentos, o investimento inicial pode variar entre R$ 20.000 a R$ 50.000, dependendo da quantidade de pontos de luz e da necessidade de automação.

2.2. Modernização do Sistema de Ar-Condicionado

Edifícios antigos frequentemente utilizam sistemas de ar-condicionado centralizados, que são menos eficientes e mais caros de operar. A substituição por sistemas inverter ou multisplit, que ajustam o consumo de energia conforme a demanda, pode reduzir os gastos com climatização em até 40%.

  • Custo Estimado: A modernização de um sistema de ar-condicionado para um edifício de 10 pavimentos pode custar entre R$ 80.000 a R$ 150.000, dependendo do número de unidades e do tipo de equipamento instalado.

2.3. Instalação de Painéis Solares Fotovoltaicos

O uso de energia solar é uma das formas mais eficazes de reduzir o consumo de energia elétrica. A instalação de painéis solares fotovoltaicos permite que o edifício gere parte da eletricidade consumida nas áreas comuns, como elevadores e iluminação, gerando economia a longo prazo.

  • Custo Estimado: Para um edifício de 10 pavimentos, com foco no abastecimento das áreas comuns, o custo da instalação de um sistema fotovoltaico pode variar entre R$ 100.000 a R$ 250.000, dependendo da potência instalada e da demanda de consumo.

2.4. Revisão e Isolamento Térmico

A melhoria do isolamento térmico em janelas, telhados e fachadas pode reduzir a necessidade de climatização, aumentando a eficiência do consumo de energia. Isso pode ser feito através da substituição de janelas simples por janelas com vidro duplo (vidros insulados) e a aplicação de mantas térmicas em coberturas e fachadas.

  • Custo Estimado: Para um edifício de 10 pavimentos, a instalação de janelas com isolamento térmico e a revisão do telhado podem custar entre R$ 60.000 a R$ 150.000, dependendo da extensão das reformas.

2.5. Automação Predial

A automação predial, utilizando tecnologias de controle inteligente para regular o consumo de energia de acordo com a ocupação do edifício, é uma medida eficaz para a eficiência energética. Isso inclui sistemas automáticos para iluminação, climatização e monitoramento de consumo em tempo real.

  • Custo Estimado: A implementação de um sistema básico de automação predial pode custar entre R$ 50.000 a R$ 100.000 para um edifício de 10 pavimentos, dependendo do nível de controle e integração desejado.

3. Orçamento Geral para Modernização

Para dar uma ideia clara dos custos envolvidos na modernização energética de um edifício de 10 pavimentos construído nos anos 90 ou 2000, segue um resumo estimado das principais medidas:

MedidaCusto Estimado (R$)
Iluminação LED e Sensores20.000 – 50.000
Modernização do Ar-Condicionado80.000 – 150.000
Instalação de Painéis Solares100.000 – 250.000
Revisão e Isolamento Térmico60.000 – 150.000
Automação Predial50.000 – 100.000

O custo total para modernizar energeticamente um edifício pode variar entre R$ 310.000 a R$ 700.000, dependendo das intervenções escolhidas. Embora o investimento inicial possa parecer elevado, a economia gerada no consumo de energia pode fazer com que essas medidas se paguem em um período de 5 a 10 anos.

4. Benefícios da Modernização Energética

Investir em eficiência energética não apenas reduz os custos operacionais do edifício, mas também traz outros benefícios:

  • Valorização do Imóvel: Um edifício eficiente energeticamente tem maior valor de mercado, sendo mais atrativo para locatários e compradores que buscam sustentabilidade e economia.

  • Redução de Custos de Manutenção: Sistemas modernos e eficientes requerem menos manutenção, resultando em economias adicionais para o condomínio.

  • Contribuição para a Sustentabilidade: Ao reduzir o consumo de energia, o edifício contribui para a diminuição da pegada de carbono, sendo uma solução ambientalmente responsável.

5. Incentivos e Financiamentos

O governo brasileiro oferece diversos incentivos e linhas de financiamento para projetos de eficiência energética, como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e financiamentos através do BNDES para a instalação de painéis solares e modernização de sistemas. Buscar essas opções pode reduzir o custo do investimento inicial e acelerar o retorno financeiro.

Conclusão

A modernização energética de edifícios é uma tendência cada vez mais relevante, com benefícios significativos tanto em termos de economia quanto de sustentabilidade. Edifícios construídos nas décadas de 90 e 2000 podem se beneficiar enormemente dessas intervenções, transformando-se em construções modernas, eficientes e valorizadas. Embora o investimento inicial possa ser significativo, os benefícios a longo prazo fazem da eficiência energética uma estratégia essencial para a manutenção e valorização dos edifícios.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Construção Modular e Pré-Fabricada: O Futuro da Construção Civil Está Aqui

 



Introdução

A construção civil está passando por uma revolução impulsionada pela necessidade de inovação, sustentabilidade e eficiência. Nesse cenário, a construção modular e pré-fabricada emerge como uma das principais tendências, oferecendo soluções que combinam rapidez, economia e qualidade. Neste artigo, exploramos o que é a construção modular e pré-fabricada, suas vantagens, como funciona o processo de fabricação e montagem, e os principais desafios e perspectivas para o futuro.

1. O Que é Construção Modular e Pré-Fabricada?

A construção modular e pré-fabricada consiste na fabricação de componentes de uma edificação em um ambiente controlado, fora do local de construção final. Esses componentes, ou módulos, são posteriormente transportados e montados no local definitivo, resultando em uma construção completa.

  • Construção Modular: Envolve a criação de módulos ou "blocos" completos, que incluem paredes, pisos, tetos e, em alguns casos, instalações elétricas e hidráulicas. Esses módulos são montados como peças de um quebra-cabeça no local da obra.

  • Construção Pré-Fabricada: Refere-se à produção de partes da edificação, como paredes, lajes, vigas e pilares, que são montadas no canteiro de obras. Embora menos integrada que a modular, a pré-fabricação ainda oferece economia de tempo e recursos.

2. Vantagens da Construção Modular e Pré-Fabricada

A adoção dessas técnicas tem se expandido rapidamente devido às inúmeras vantagens que oferecem em comparação aos métodos tradicionais de construção:

  • Rapidez na Execução: A construção modular e pré-fabricada pode reduzir o tempo total de construção em até 50%. Enquanto os módulos são fabricados, a preparação do terreno e fundações ocorre simultaneamente, acelerando todo o processo.

  • Redução de Custos: A produção em ambiente controlado permite a otimização do uso de materiais, redução de desperdícios e menores custos com mão de obra. Além disso, o tempo reduzido de construção diminui os custos indiretos, como locação de equipamentos e segurança.

  • Sustentabilidade: A construção modular gera menos resíduos, consome menos energia e reduz a pegada de carbono, pois o transporte de materiais é otimizado. A precisão na fabricação também resulta em uma edificação mais eficiente energeticamente.

  • Qualidade e Durabilidade: O controle rigoroso da fabricação em ambiente industrial garante maior precisão nas medidas, melhor acabamento e menor possibilidade de erros. Isso se traduz em edificações de alta qualidade e durabilidade.

  • Flexibilidade e Customização: A construção modular permite alta customização, adaptando-se facilmente às necessidades do cliente. Módulos podem ser adicionados, removidos ou realocados com facilidade, proporcionando grande flexibilidade.

3. Como Funciona o Processo de Construção Modular e Pré-Fabricada?

O processo de construção modular e pré-fabricada pode ser dividido em várias etapas:

  • Projeto e Planejamento: A fase de planejamento é crítica e envolve a criação de um projeto detalhado, que deve considerar tanto a fabricação dos módulos quanto a logística de transporte e montagem. O uso de softwares BIM (Building Information Modeling) é comum para garantir precisão e eficiência.

  • Fabricação dos Módulos: Em uma fábrica, os módulos são construídos com base no projeto. Isso inclui a fabricação de paredes, pisos, tetos, e em alguns casos, a instalação de janelas, portas, tubulações e fiações. A fabricação em ambiente controlado minimiza a exposição a intempéries, garantindo qualidade.

  • Transporte e Montagem: Os módulos prontos são transportados para o local da obra e montados sobre as fundações preparadas previamente. A montagem é rápida e pode ser realizada em dias ou semanas, dependendo da complexidade da construção.

  • Acabamentos e Instalações: Após a montagem, são realizados os acabamentos finais, como pintura, instalação de pisos, sistemas elétricos e hidráulicos. Essa fase é relativamente rápida, já que grande parte das instalações pode ser pré-fabricada.

4. Desafios e Considerações

Embora a construção modular e pré-fabricada ofereça muitas vantagens, ainda enfrenta alguns desafios:

  • Custo Inicial: O investimento inicial pode ser mais alto devido ao custo de fabricação dos módulos. No entanto, esse valor é compensado pela redução do tempo de construção e custos operacionais.

  • Logística: O transporte de grandes módulos pode ser complexo e caro, exigindo planejamento logístico detalhado para evitar danos e atrasos.

  • Adaptação às Normas Locais: Em alguns casos, as construções modulares e pré-fabricadas podem enfrentar desafios na adaptação às normas e regulamentações locais de construção. É importante garantir que os projetos atendam a todas as exigências técnicas e legais.

  • Percepção do Mercado: Apesar das vantagens, a aceitação pelo mercado ainda pode ser um obstáculo. Muitos consumidores e investidores têm preconceitos em relação à qualidade e durabilidade das construções modulares e pré-fabricadas.

5. Perspectivas Futuras para a Construção Modular e Pré-Fabricada

O futuro da construção modular e pré-fabricada é promissor, com crescimento projetado em todo o mundo. Algumas tendências incluem:

  • Cidades Inteligentes: A construção modular é ideal para a criação rápida e eficiente de infraestrutura em cidades inteligentes, onde a flexibilidade e a eficiência energética são prioritárias.

  • Habitação Popular: Governos estão adotando técnicas de construção modular para acelerar a entrega de habitações populares, especialmente em áreas de alta demanda ou em situações de emergência.

  • Integração com Tecnologias Sustentáveis: A incorporação de tecnologias sustentáveis, como sistemas solares integrados e materiais de construção ecológicos, está se tornando comum em projetos modulares.

  • Automação e Robótica: O futuro pode ver uma maior automação na fabricação de módulos, utilizando robótica para aumentar a precisão e reduzir custos ainda mais.

Conclusão

A construção modular e pré-fabricada está transformando a maneira como edificações são planejadas, fabricadas e montadas. Com benefícios que vão desde a rapidez e a redução de custos até a sustentabilidade e a alta qualidade, essas técnicas representam o futuro da construção civil. Embora ainda existam desafios a serem superados, as perspectivas são de crescimento contínuo e inovação, posicionando a construção modular e pré-fabricada como uma solução chave para as demandas do século 21.

domingo, 30 de junho de 2024

Etapas que Possuem um Alto Custo na Construção de uma Residência

 A etapa que geralmente representa o maior custo na construção de uma casa é a fundação e a estrutura. Isso inclui a terraplanagem, escavação, preparação do terreno, concretagem das fundações, e a construção das paredes e lajes. Esses elementos são essenciais para garantir a estabilidade e a segurança da edificação, e, portanto, utilizam grande quantidade de materiais e mão de obra especializada.

Fatores que Contribuem para o Alto Custo da Fundação e Estrutura:

  1. Preparação do Terreno:

    • Terraplanagem e nivelamento do terreno.
    • Escavação para fundações e estruturas subterrâneas.
  2. Materiais:

    • Concreto, aço e madeira são materiais caros, usados em grandes quantidades.
    • Blocos, tijolos e outros materiais de construção.
  3. Mão de Obra Especializada:

    • Engenheiros, arquitetos e trabalhadores qualificados são necessários para garantir que a fundação e a estrutura sejam construídas corretamente e de acordo com as normas de segurança.
  4. Equipamentos Pesados:

    • Uso de máquinas como escavadeiras, betoneiras e guindastes.
  5. Tempo:

    • Essas etapas costumam ser demoradas e qualquer atraso pode aumentar significativamente os custos.

Reduzindo Custos na Fundação e Estrutura:

  • Escolha do Terreno:

    • Optar por terrenos mais planos pode reduzir custos de preparação e fundação.
  • Projetos Eficientes:

    • Um bom projeto arquitetônico pode otimizar o uso de materiais e reduzir desperdícios.
  • Tecnologias Modernas:

    • Utilização de métodos de construção modernos, como fundações radier ou estacas helicoidais, pode ser mais econômico dependendo do tipo de solo.
  • Negociação de Preços:

    • Compras em grandes quantidades e a negociação com fornecedores podem ajudar a obter melhores preços nos materiais.

Ao focar em otimizações e escolhas inteligentes durante esta etapa, é possível gerenciar melhor o orçamento e evitar gastos desnecessários.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Alvenaria de vedação x Estrutural

Comparativo de custos aponta economia de 27,64% com uso de blocos estruturais, mas mudanças no projeto levam à adoção de sistema misto

O motel Aspen Ville, na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo, foi inicialmente concebido para ser construído em alvenaria de vedação. Após o início da terraplenagem, no entanto, uma profunda alteração no projeto levou a construtora NGalvan a reconsiderar o método construtivo, fazendo uma comparação entre alvenaria estrutural feita em bloco cerâmico estrutural de 3,0 MPa de resistência e estrutura de concreto com fechamento constituído por alvenaria de blocos cerâmicos.



Bloco de vedação: apesar de mais caro, sistema de vedação teve de ser usado para não desperdiçar material já adquirido

Alvenaria estrutural: economia de 27% em relação ao sistema convencional




O motivo da mudança foi o seguinte: a princípio, o motel teria quartos térreos, ladeados por garagem de cerca de 3 m de largura. Mas o cliente solicitou a verticalização do projeto - quarto sobre garagem - abrindo espaço para dobrar o número de unidades. Foi quando Luiz Fernando Galvan, engenheiro responsável pela obra e diretor da construtora, sugeriu o uso da alvenaria estrutural para construção dos dois pavimentos - piso térreo e superior.

Porém, a alteração completa do sistema construtivo enfrentaria ainda mais um empecilho: parte do material a ser usado originalmente na estrutura da alvenaria de vedação já havia sido comprada, inviabilizando, em termos de custo, a construção integral da obra em alvenaria estrutural.

A solução veio no fechamento das garagens. Aproveitando que o vão do compartimento teria de ser ampliado, de 3 m para 3,6 m, para introdução da escada de acesso ao primeiro piso, o engenheiro resolveu, então, modificar a matéria-prima das divisórias dessas garagens - inicialmente projetadas em chapa metálica ou drywall - para blocos cerâmicos de vedação, utilizando o material estocado.

A reviravolta de projeto e seu impacto no planejamento de suprimentos, com a compra antecipada do material, resultaram na opção por um sistema híbrido. Porém, na ponta do lápis, fica claro - como mostrado em tabela à parte - que a construção do piso térreo em alvenaria estrutural sairia mais em conta. Se construído exclusivamente com blocos estruturais, o piso apresentaria um custo 27,65% inferior ao valor consumido na construção do mesmo projeto em alvenaria de fechamento. "Poderíamos usar graute nos blocos estruturais em vez de moldar pilares em cada extremidade", observa. Galvan defende que esse sistema confere praticidade e agilidade à obra ao dispensar a construção de vigas e pilares, eliminando o uso de fôrmas de madeira e reduzindo gastos com material e mão de obra.

De qualquer forma, diante da circunstância pontual apresentada no dia-a-dia da obra, a solução híbrida - alvenaria estrutural nos quartos e vedação nas garagens - reduziu os custos originais, facilitou o processo construtivo e eliminou parte dos resíduos da moldagem de concreto, satisfazendo, portanto, cliente e fornecedor.

Pilares e vigas de concreto armado executados em obra. A altura para lajes de cobertura é de 8 cm. De acordo com a empresa, devido a praticidade na execução da alvenaria estrutural, ocorre uma queda no valor da mão de obra.

Fonte: Construção Mercado

Custo de habitação popular com alvenaria estrutural





Confira os custos de uma edificação econômica com 28 apartamentos de 50 m² executada em alvenaria estrutural

De olho no mercado de habitação econômica, a pergunta recorrente entre construtoras e incorporadoras tem sido: quanto custa uma edificação com alvenaria estrutural? A equipe de engenharia da PINI foi atrás dessa resposta e destrinchou os principais custos que compõem o orçamento de um prédio padrão popular com uso da solução.

Para isso, tomou como referência o projeto de um edifício com sete pavimentos, considerando somente os custos diretos da construção. Distribuídos em uma área construída de cerca de 1,6 mil m2, os quatro apartamentos por andar de aproximadamente 50 m2 contam com dois dormitórios, sala, cozinha, área de serviço, um banheiro e varanda.

Após levantamento dos quantitativos foram utilizadas no orçamento as composições do TCPO 13 (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos) da PINI. "Caso tenha interesse, os construtores poderão usar o orçamento, aliado a um bom projeto, como base para viabilizar seus empreendimentos", diz Bernardo Corrêa Neto, gerente de engenharia da PINI.

Para compor o orçamento, além dos requisitos de uma edificação comum - tais como fundação, alvenarias, instalações de telhado etc. -, também se levou em consideração algumas particularidades estruturais. Em função do uso da alvenaria armada, pilares e vigas foram excluídos e, como as lajes também são pré-moldadas, os consumos de concreto, armação e fôrma diminuíram consideravelmente. "O uso da alvenaria com régua metálica aumentou o custo da mão de obra. Mas, por outro lado, eliminou a necessidade de revestimento interno", explica o engenheiro.

De fato, um dos grandes benefícios da alvenaria estrutural é a possibilidade do barateamento do custo da estrutura. E justamente por isso, apesar de limitar a "personalização" das unidades, o sistema é muito bem-vindo em produtos destinados à baixa renda. Entre as vantagens da solução em relação ao modelo convencional está a regularidade das medidas dos elementos, proporcionando menor desperdício de materiais e até mesmo a eliminação de serviços de chapisco e fôrmas (para execução das vigas e dos pilares).

Vale reforçar que o orçamento apresentado nas próximas páginas não é absoluto e está sujeito a alterações diversas decorrentes das peculiaridades de cada obra. A ressalva também vale para os preços unitários, que podem ser diminuídos conforme as boas negociações das construtoras com seus fornecedores.



O que foi e não foi considerado
> Os orçamentos consideram apenas a construção
> Como revestimento, adotou-se pintura látex na fachada
> Custos como serviços preliminares, alojamento, limpeza da obra, sistemas de aterramento, arruamento, canteiros e terraplenagem foram desconsiderados
> O projeto prevê a utilização de fundações com estaca tipo Strauss, laje convencional treliçada; alvenaria de blocos de concreto estrutural; esquadrias de alumínio, instalações hidráulicas de água fria e esgoto em PVC; revestimento de piso em cerâmica comum nas áreas molhadas e cobertura com estrutura de madeira e telha cerâmica
> O projeto base para orçamentação prevê a construção de uma edificação com sete pavimentos-tipo, sendo três deles localizados abaixo do nível de acesso ao prédio. A disposição dos pavimentos, possibilitado pela declividade do terreno onde a construção foi edificada, permitiu o aumento do número de unidades sem dispêndio com instalação do elevador



Especialistas opinam
"O orçamento está coerente, sobretudo no que tange ao processo construtivo. Porém, em Porto Velho (RO), é necessário fazer algumas ressalvas, principalmente no item mão de obra que, por aqui, é encarecida dada a escassez de profissionais qualificados e a necessidade de importação de outros Estados, além da grande distância da região em relação aos centros produtores. Por questões ambientais, insumos básicos, como areia e brita, apresentam preços muito altos e, com a alta demanda, nos últimos dois anos seus preços mais do que dobraram"

Paulo Adriane da Costa Medeiros, engenheiro orçamentista da Coeng Comércio e Engenharia.


"Quanto aos preços apresentados, certamente sempre existe uma possibilidade de conseguir boas negociações e, com isso, descontos comerciais. Um ponto que deveria ter sido considerado é a impermeabilização de baldrames, já que o projeto contempla a construção de apartamentos no pavimento térreo que poderão apresentar problemas de umidade e, consequentemente, futuros custos de manutenção. Como a estrutura tem sete pavimentos, teremos mais de um tipo de bloco estrutural (com maior resistência) e isso deveria aparecer no orçamento, pois os preços dos blocos apresentam diferenças. No projeto, alguns itens podem ser melhorados a fim de proporcionar redução nos custos, tais como a utilização de portas de madeira com bandeira; massa única no lugar de emboço e reboco (tanto interna como externamente); escada tipo jacaré e a otimização das instalações de modo a minimizar os rasgos, que devem ser evitados na alvenaria estrutural"

Luiz Fernando Ferreira de Castilho, gerente de orçamento da Sinco Incorporadora e Construtora.


"Os itens fundação e subsolo representam 4% desse orçamento ante 1,6% do orçamento da MPD Engenharia. Isso porque o orçamento apresentado leva em conta o uso da fundação em estaca tipo Strauss, que às vezes pode ser mais cara. É necessária uma análise mais sólida na hora de decidir por um tipo de fundação específico. No item estrutura, notei que o grout é um item que deveria estar contemplado em alvenaria e que a laje pré-fabricada pode ter sido uma subatividade (insumo) que encareceu a atividade, pois seu custo unitário de material está um pouco elevado em relação aos preços praticados pela nossa empresa. A locação mensal da escora metálica, sob um valor fixo, ajudaria no controle orçamentário. No item revestimento, substituir a argamassa cimentícia por revestimentos de gesso (nas áreas não frias) traria uma considerável economia"Weslley Fabrício, engenheiro e coordenador de obras sênior da MPD Engenharia.




Características do orçamento


EDIFÍCIO POPULAR COM ALVENARIA ESTRUTURAL


> Área construída de 1.627,29 m²
> Prédio padrão popular com sete pavimentos, sendo quatro apartamentos por pavimento
> Apartamentos de dois dormitórios, sala, cozinha/área de serviço, banheiro e varanda
> Fundações com estaca tipo Strauss
> Laje convencional treliçada
> Alvenaria de blocos de concreto estrutural
> Esquadrias de alumínio
> Instalações hidráulicas de água fria e esgoto em PVC
> Revestimento de piso em cerâmica comum nas áreas molhadas e regularização nos demais para revestimento posterior
> Cobertura com estrutura de madeira e telha cerâmica

Confira os custos de uma edificação econômica com 28 apartamentos de 50 m² executada em alvenaria estrutural





Fonte: Construção Mercado

terça-feira, 21 de julho de 2009

Veja os custos da reforma em andar de edifício comercial

Construtora organiza logística especial para não interferir em funcionamento de prédio de escritórios





A construtora paulista Obraplan teve que estabelecer um esquema diferenciado de trabalho para realizar uma reforma completa no andar de um edifício comercial em São Paulo, que abrigará uma unidade da empresa Porto Seguro. Toda a remoção de entulho e transporte de material foi concentrada no período noturno, de modo que não houvesse circulação de operários durante o horário de funcionamento do prédio.

A medida valeu também para atender à lei municipal 14.751/08, que restringe a circulação de caminhões entre 5h00 e 21h00, num raio de 100 km do Centro da cidade. Por fim, a decisão logística facilitou o acesso dos veículos de carga ao edifício, que está localizado numa pequena rua do Vale do Anhangabaú - um calçadão com intensa circulação de pedestres durante o dia.

Ainda com a preocupação de não interferir na rotina dos escritórios vizinhos, a construtora planejou, para os finais de semana, a execução dos serviços que produzissem muito ruído. E como o prédio não dispõe de elevador de serviço, tomou-se cuidado redobrado na proteção de uma das cabines sociais destinadas à obra.

Entre os principais sistemas e materiais implantados, o diretor da Obraplan destaca o piso elevado (responsável por 19,73% do custo total) e o forro mineral de performance acústica, constituído por placas de 60 cm x 60 cm (e que colaborou com 7,97% do orçamento). "Além disso, as luminárias de embutir, de 2 W x 32 W, foram restauradas - tiveram as calhas pintadas e as lâmpadas e reatores substituídos", acrescenta Villela. Vale mencionar que placas de drywall compuseram as divisórias internas, a um índice de 2% do valor da obra - mão de obra inclusa.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Apropriação de custos na construção civil

A construção civil é por natureza uma atividade que envolve muitos custos, onde facilmente, as médias e grandes construções alcançam um orçamento na casa dos milhões ou bilhões de Reais. Acredita-se que um trabalho de orçamentação bem feito seja suficiente para garantir a previsão de custo de uma obra, fato que não é totalmente verdade, ou seja, o trabalho de orçamentação em si é apenas uma antevisão do custo da obra. Até os engenheiros menos experientes sabem que “custo orçado” é diferente de “custo executado”. Situações não previstas no orçamento como, por exemplo, inflação, desperdícios, desvios, queda de produtividade, etc, podem ocorrer no andamento da obra, ocasionando diferenças significativas entre o custo orçado e o custo executado.

A forma mais prática de controlar e comparar os custos da obra é através do trabalho de apropriação de custos, porém, atualmente, são poucas as empresas que realizam este trabalho em suas obras. A apropriação de custos é o método pelo qual a empresa terá controle total dos custos financeiros de um determinado serviço, podendo avaliar ainda o desempenho e produtividade da mão-de-obra, dentre outras coisas.

O termo “apropriação” pode ser definido como a apuração dos serviços executados visando a obtenção e o conhecimento exato das quantidades material / mão-de-obra e dos tempos realmente empregados nos serviços executados, onde as informações colhidas na obra, servem de base para as composições de custo unitário de serviços, análise da produtividade, ajustes e elaboração do cronograma da obra e controle de gastos e prioridades da obra.

Dentre as principais importâncias da apropriação de custos podemos citar:

Comparar os valores entre os custos orçados e os apropriados;
Determinar os motivos de diferenças e corrigi-los ;
Avaliar as possíveis alterações no andamento da obra;
Comparar com serviços iguais as outras obras;
Prever despesas para futuras etapas de serviço;
Acompanhar e corrigir o cronograma da obra;
Aprovar decisões em tempo hábil;
Analisar a produtividade dos operários.
A apropriação de custos, sendo um trabalho de coleta de dados, necessariamente deve seguir uma metodologia, que deve ser adequada ao serviço que está sendo apropriado.

Todas as formas de coleta de dados devem garantir a credibilidade nos dados colhidos e para isso é imprescindível que esta seja feita por um observador treinado para exercer a tarefa, pois qualquer erro ou falha nesta etapa da metodologia proposta, impede que os estudos e análises sejam realizados. Normalmente a coleta de dados é feita através da planilha de produção diária permitindo medir a quantidade de serviço realizada em um período, por um operário dentro de um ciclo de repetição. A coleta de dados também pode ser feita através de filmagens ou observações instantâneas.

Cada serviço tem suas particularidades em relação à metodologia utilizada na apropriação. Antes de iniciar o trabalho de coleta de dados, é necessário aplicar algumas regras a serem minuciosamente seguidas pelos operários durante a execução dos serviços. Essas regras visam facilitar a tarefa da coleta de dados, evitando a confusão de valores e diferenças no método de execução do mesmo serviço na obra. Em outras palavras, é realizada uma padronização da execução de cada serviço.

A metodologia preliminar a ser aplicada consiste basicamente em:
Fazer o reconhecimento da área (local) onde será executado o serviço;
Se necessário dividir a área do serviço em sub-áreas de modo a facilitar o trabalho de coleta de dados;
Fazer o levantamento da área total do serviço ou das sub-áreas, se for o caso;
Designar a equipe de trabalho para este serviço;
Realizar um trabalho de orientação dos operários quanto ao método executivo do serviço.
Depois de aplicada a metodologia preliminar, o serviço pode ser iniciado e conseqüentemente a coleta de dados referente à produção diária, consumo de materiais e de mão-de-obra. De posse destes dados pode-se comparar continuamente os custos reais empregados neste serviço com os custos orçados, e havendo diferenças, analisar as suas causas e corrigir em tempo.

Os dados coletados no trabalho de apropriação de custos também podem ser utilizados para verificar a produtividade e desempenho de um operário ou de uma equipe, a produção por dia da semana ou por turno, o efeito do aprendizado, a previsão do fim deste serviço, ajustes no cronograma da obra, dentre outras análises.

As empresas que fazem apropriação de custos em suas obras têm a possibilidade de construir um grande banco de dados de composições de custos referentes a seus próprios serviços, mais adequados a sua realidade e a condição dos seus funcionários, resultando assim, em uma orçamentação cada vez mais precisa e sem sustos ao final da obra. As empresas que não têm o hábito de realizar a apropriação de custos dos seus serviços geralmente fazem a orçamentação da obra com base em índices e composições de custos unitários de terceiros, que nem sempre estão dentro da realidade adequada ao mercado local ou da empresa. Neste caso o processo de orçamentação passa a ser uma mera previsão de custos, às vezes pouco precisas.

Por
Márcio Lenin Medeiros de Azevedo
Engenheiro Civil - mlmazevedo@uol.com.br