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terça-feira, 21 de julho de 2009
Veja os custos da reforma em andar de edifício comercial
A construtora paulista Obraplan teve que estabelecer um esquema diferenciado de trabalho para realizar uma reforma completa no andar de um edifício comercial em São Paulo, que abrigará uma unidade da empresa Porto Seguro. Toda a remoção de entulho e transporte de material foi concentrada no período noturno, de modo que não houvesse circulação de operários durante o horário de funcionamento do prédio.
A medida valeu também para atender à lei municipal 14.751/08, que restringe a circulação de caminhões entre 5h00 e 21h00, num raio de 100 km do Centro da cidade. Por fim, a decisão logística facilitou o acesso dos veículos de carga ao edifício, que está localizado numa pequena rua do Vale do Anhangabaú - um calçadão com intensa circulação de pedestres durante o dia.
Ainda com a preocupação de não interferir na rotina dos escritórios vizinhos, a construtora planejou, para os finais de semana, a execução dos serviços que produzissem muito ruído. E como o prédio não dispõe de elevador de serviço, tomou-se cuidado redobrado na proteção de uma das cabines sociais destinadas à obra.
Entre os principais sistemas e materiais implantados, o diretor da Obraplan destaca o piso elevado (responsável por 19,73% do custo total) e o forro mineral de performance acústica, constituído por placas de 60 cm x 60 cm (e que colaborou com 7,97% do orçamento). "Além disso, as luminárias de embutir, de 2 W x 32 W, foram restauradas - tiveram as calhas pintadas e as lâmpadas e reatores substituídos", acrescenta Villela. Vale mencionar que placas de drywall compuseram as divisórias internas, a um índice de 2% do valor da obra - mão de obra inclusa.
sábado, 20 de junho de 2009
Influência do teor de umidade dos agregados nas argamassas de revestimento
O presente trabalho aborda a importância de se conduzir a produção respeitando-se especificações de projeto, destacando a influência que a variação da umidade dos agregados no canteiro de obras pode ter em determinadas propriedades das argamassas e no desempenho do revestimento aplicado. Os experimentos foram realizados em laboratório, simulando-se condições que podem ocorrer em obra, comparando situações de produção com areia seca e com areia úmida.
Figura 1 - Obtenção de argamassa em obra - cuidados na dosagem, na etapa de produção e na aplicação
Produção de argamassa em obra
Em grande parte das obras, as informações disponíveis para produção da argamassa de revestimento costumam se resumir à proporção dos materiais em volume, e conta-se com a experiência do pedreiro para conduzir todo o processo. Esse profissional tem grande importância, contribuindo com observações práticas sobre a consistência da argamassa e detalhes da aplicação e do acabamento, mas não se deve entregar a ele a total responsabilidade pela produção. As decisões devem caber sempre ao engenheiro ou ao arquiteto responsável pela obra.
Todo o processo de produção deve ser baseado em um estudo prévio, ainda na etapa de planejamento da obra, que considere o projeto arquitetônico, condições locais de exposição da construção e condições construtivas específicas. Entre as características do projeto podem ser citadas a espessura final das paredes, o tipo de acabamento desejado da superfície e detalhes como pingadeiras, desenhos em alto ou baixo relevo, frisos e juntas. Entre condições locais de exposição estão o clima e a orientação das fachadas. Entre condições construtivas podem ser citadas características dos blocos que compõem a alvenaria, os equipamentos disponíveis e, até mesmo, o prazo da obra.
Para produzir argamassa em obra são necessários, portanto, especificações detalhadas, escolha e controle de características dos materiais, treinamento da mão-de-obra envolvida nas operações de dosagem, de produção e de aplicação, incluindo a escolha adequada de equipamentos (figura 1).
Figura 2 - 1) Padiola com areia seca; 2) Areia úmida; 3) Volume excedente devido ao inchamento
Para uma mesma argamassa, modificações aparentemente simples, muitas vezes não planejadas, podem alterar significativamente os resultados desejados. O teor de umidade do agregado, objeto de estudo do presente trabalho, é uma condição importante em todo o processo de execução de um revestimento. A água livre na superfície dos grãos de areia, proveniente do local de extração ou da chuva, provoca o fenômeno de inchamento, isto é, aumento de volume de uma porção de agregado, por causa do afastamento das partículas. O inchamento pode se acentuar quando a areia úmida é manuseada, no enchimento de latas e padiolas, podendo chegar próximo de 30% - a figura 2 ilustra uma experiência prática para visualizar o problema. Por causa desse fenômeno, é preciso corrigir o volume a ser misturado para manter as proporções especificadas, multiplicando a quantidade de areia seca pelo coeficiente de inchamento (para o inchamento de 25%, por exemplo, o coeficiente de inchamento é igual a 1,25). Não se deve esquecer que, ao mesmo tempo, precisará ser corrigida também a quantidade de água medida para mistura com areia seca, pois parte dela já se encontra na areia úmida.
Vale lembrar que o teor de umidade é um valor percentual relacionado à massa de água contida na areia e que o inchamento refere-se ao volume acrescido na areia por causa dessa mesma água. Tanto um valor como o outro podem ser determinados facilmente em obra ou em laboratório, com equipamentos simples. Em tempo seco e ensolarado, a areia exposta nessas condições por alguns dias costuma apresentar teor de umidade até 2%, valor muito pouco significativo para a produção de argamassas. Em dias chuvosos a umidade da areia aumenta, dependendo da precipitação e do tempo de exposição. Para cada teor existe um valor de inchamento, até um valor máximo, conforme características granulométricas da areia. De um modo geral, entre os teores de umidade 6% e 10% ocorrem os maiores aumentos de volume, que podem chegar a 30%, ou um pouco acima, valor de grande influência no processo de produção de argamassas em obra.
Tabela 1 - ARGAMASSAS ESTUDADAS
Argamassas, materiais e propriedades estudados
Foram estudadas três argamassas de referência - duas de cimento, cal e areia de rio, de proporções em volume 1:1:6 e 1:2:9, e uma de cimento e areia de rebritagem de rocha gnaisse, 1:8 em volume. A partir delas, mais três foram obtidas, calculando-se modificações nas proporções dos materiais relacionadas com um teor de umidade adotado para as areias, comum em canteiros de obras.
Uma vez que o inchamento do agregado obriga a uma alteração compensatória na medida volumétrica desse material em obra, isso deve ser feito preferencialmente confeccionando-se novas padiolas de madeira - maiores - para a areia úmida. Como essa alteração raramente é feita nas obras, as novas argamassas da pesquisa procuraram simular essa realidade, que é a falta da correção volumétrica necessária. Sem a correção volumétrica da quantidade de areia úmida medida, a argamassa terá menor quantidade desse material do que o previsto, o que equivale dizer que ficará mais rica em aglomerantes.
- Realizaram-se ensaios para determinação do coeficiente de inchamento das areias com teores de umidade 2%, 4%, 6%, 8% e 10% em massa.
- Adotou-se o teor de umidade 6%, comum após a exposição da areia à chuva no canteiro, que resultou em coeficiente de inchamento de 1,26 para a areia natural e 1,36 para a areia de britagem.
- Foram recalculadas as proporções dos materiais das argamassas supondo-se a falta de correção do inchamento no canteiro de obras e encontradas novas proporções em massa, com menores quantidades de areia, da tabela 1.
Foram usados na composição das argamassas: cimento Portland CP II E-32, cal hidratada CH III, areia natural de quartzo proveniente de rio (passante na peneira 2,0 mm) e areia fina proveniente de rebritagem de rocha gnaisse (passante na peneira 2,0 mm). Detalhes sobre características físicas dos materiais podem ser encontrados em Bastos; Couto (2007).
Propriedades estudadas (idade 28 dias para as argamassas de cimento e 28 e 63 dias para as de cimento e cal): tabela 2.
Resultados
As figuras anteriores mostram as médias dos resultados dos ensaios, e a tabela 3 acima apresenta uma análise sucinta para cada propriedade. Os valores de resistência mecânica são os que mais se destacam pela diferença encontrada nas argamassas modificadas, em relação às originais.
Custo das argamassas
O fato de se produzir argamassa sem o controle de umidade da areia e sem as correções volumétricas necessárias no canteiro de obras também pode levar ao aumento no custo da obra, por causa do maior consumo de insumos de maior impacto no custo do metro cúbico de argamassa, considerando-se somente os materiais. O presente estudo aponta um aumento percentual no custo do metro cúbico de 19%, 17% e 26% para as argamassas 1:1:6, 1:2:9 e 1:8, respectivamente, quando elas são produzidas com areia úmida nas condições adotadas neste trabalho, sem a correção do inchamento do agregado.
Conclusões
Existindo umidade e inchamento da areia no canteiro de obras, situações muito comuns, a quantidade desse material especificado em volume deve ser corrigida. A falta de correção pode implicar impactos importantes em propriedades das argamassas, principalmente mecânicas, que certamente afetam também o desempenho do revestimento. Com menores impactos, podem ser alterados o manuseio e a trabalhabilidade das argamassas, o peso das edificações e a susceptibilidade à absorção de água dos revestimentos, assim como a produtividade da mão-de-obra. Com maiores impactos, o custo e o aparecimento de fenômenos patológicos - argamassas com alto consumo de aglomerantes e demasiadamente rígidas, por exemplo, são mais propensas à fissuração quando submetidas a variações térmicas ou a esforços provenientes de partes contíguas da construção. Em suma, problemas de diferentes naturezas que ocorrem no revestimento de argamassa de muitas construções podem ter sua origem ligada à produção em obra e não somente a erros de especificação. Uma obra bem organizada deve adotar a prática de ter à disposição recipientes, como padiolas, de volume cuidadosamente calculado para diferentes situações de umidade da areia estocada. Para não haver exageros que podem levar a confusões na produção, a consideração de três situações - areia seca, inchamento médio e inchamento máximo - já leva a uma produção bem uniforme.
Fonte: Téchne
Argamassa para piso de cimento queimado
Reportagem: Felipe Benevides
Os chamados pisos cimentados podem ser coloridos com pigmentos como pó xadrez
Nesta edição, ensinaremos a medir a quantidade de cimento para fazer um piso queimado. Antes tradicional nas casas do interior do País, o piso de cimento queimado voltou à moda, pela economia, facilidade de limpeza e aspecto.
A primeira coisa a ser feita é delimitar a área. Se tiver mais do que 30 m², deverá ter juntas de dilatação e contração, para não trincar.
Primeiramente, o contrapiso (que tem como função regularizar, nivelar e dar declividade ao piso) deverá estar limpo, desengordurado e sem pó. Depois de limpo, aplique sobre o contrapiso uma camada de nata de cimento com água e aditivo acrílico, tipo bianco ou similar. Depois, espalhe a "farofa" de argamassa composta de cimento, areia, aditivo acrílico e água no traço 1:3. O aditivo deve ser adicionado à água e não na argamassa.
O mesmo se dá com o impermeabilizante, caso seja necessário. Posteriormente, antes que a massa seque, aplique o cimento puro, borrife água e desempene-o com desempenadeira de aço. Não aperte demais a desempenadeira, para não criar ranhuras.
Depois de totalmente seco, você poderá aplicar uma camada de resina acrílica, vendida em qualquer depósito de material de construção, que dará o brilho desejado ao piso. O consumo de cimento por metro quadrado depende da espessura do piso. Recomenda-se que tenha, no mínimo, 5 cm de espessura.
Fonte Equipe de obra
Aço importado é taxado em 12% para "socorrer" siderúrgicas da queda na demanda interna
Ana Paula Rocha
O governo federal anunciou no último dia 8 de junho a retirada dos vergalhões de ferro e aço da Lista Brasileira de Exceções da Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC). Com isso, os produtos tiveram as alíquotas do imposto de importação aumentadas de 0% para 12%.
A medida causou polêmica no setor da Construção Civil. O SindusCon-SP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil de São Paulo), por exemplo, posicionou-se contra a decisão do governo. "O Brasil, mesmo com a crise, tem que pagar quase três vezes mais pela mesma commodity. A concorrência externa poderia se tornar um desafio para as empresas brasileiras. Mas, sem ela, vão manter o preço sempre no pico", acredita Sérgio Watanabe, presidente do SindusCon-SP.
Segundo ele, com o boom das commodities, o preço do vergalhão chegou a U$S 1.500 por tonelada no Brasil e a U$S 800 a tonelada na China e Índia. Porém, com a crise financeira mundial, o preço caiu para US$ 1.400 e U$S 800 a tonelada no Brasil e na China e Índia, respectivamente. "Isso quer dizer que a siderurgia nacional praticamente esta mantendo o preço do aço no pico, enquanto lá fora, que estão vivendo a crise também, recuou 40%", afirma.
Para José Antônio Araujo, diretor técnico da Construtora Bracco, a importação de vergalhões da China já começa a ser vista como uma saída mesmo com o aumento da alíquota, pois os preços internos estão muito acima da média. "O problema é que no Brasil se paga três vezes mais do que em outros países. Isso é um absurdo. A mudança na alíquota vai deixar as siderurgias brasileiras ainda mais a vontades com relação ao preço elevado", acredita. "Como o vergalhão representa 9% dos custos em nossas obras, um possível barateamento do produto poderia até mesmo diminuir o custo do metro quadrado dos nossos imóveis".
No dia 5 de junho, outros sete produtos já tinham sido excluídos da lista da TEC: as chapas e bobinas a quente (NCMs 7208.27.90, 7208.3890 e 7208.39.90), chapas e bobinas a frio (NCMs 7209.16.00 e 7209.17.00), chapas grossas de aço carbono (NCM 7208.52.00 - Ex 001) e as barras de aço, que tiveram elevação para 14%, 2% a mais do que todos os outros produtos.
Siderurgias
A posição do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), entidade que apoiou a elevação das alíquotas dos oito produtos, é de que a medida era necessária devido à diminuição da demanda interna, que posteriormente poderia afetar os empregos na indústria.
Em contato com a reportagem, a assessoria do instituto defende que "a participação do aço é pequena na composição dos custos das obras da construção civil, um dos setores que mais demandou (juntamente com o automotivo) a inclusão de produtos siderúrgicos na Lista de Exceções. Segundo as diretrizes de cálculo do CUB (Custo Unitário Básico), o aço (vergalhão) representa apenas de 2,4% a 7,6 do custo total da obra".
Confira o comunicado do IBS na íntegra:
"O IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) e suas associadas manifestam seu apoio à oportuna decisão do Governo que assegura o retorno à normalidade do tratamento dado aos produtos siderúrgicos (vergalhão, bobinas a quente e a frio, chapas grossas e barras de aços ligados), anteriormente enquadrados na Lista de Exceção à TEC. Trata-se de medida isonômica em relação aos diversos setores industriais e aos demais membros do Mercosul. É ainda indispensável ao processo de retomada do nível de atividades da siderurgia e a preservação de empregos no setor diante do quadro de forte crise do mercado de aço que ora se observa no mundo todo.
O elevado excedente de oferta do mercado mundial e as medidas de defesa comercial já adotadas por diversos países têm acarretado fortes desvios de comércio e práticas de preço incompatíveis com os custos de produção. Desse modo, não havia qualquer justificativa para a permanência daquela situação de exceção no Brasil. Mesmo porque, o mercado interno encontra-se plenamente abastecido e os preços refletem integralmente práticas comerciais compatíveis com as regras do mercado aberto e competitivo."
Variação do aço no último ano:
Fonte: IPCE (Índice PINI de Custos de Edificações)