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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Isolamento térmico de fachadas pelo exterior

Reboco Térmico pelo Exterior é um termo técnico usualmente aplicado aos sistemas compostos que se aplicam pelo exterior dos edifícios e que cumprem duas funções essenciais: proteger o edifício contra os elementos garantindo ainda um agradável aspecto estético e fornecer conforto interno à habitação eliminando pontes térmicas. Também é conhecido na Europa pela sigla ETICS (External Thermal Insulation Composite Systems) e, especialmente nos Estados Unidos, EIFS (External Insulation and Finishing System). Em documentos técnicos também é usual encontrar as definições Isolamento Térmico de Fachadas pelo Exterior e Reboco Delgado Armado sobre Poliestireno Expandido.

História

Durante os anos 40 do Século XX, surgiu na Suécia um sistema de isolamento térmico de fachadas pelo exterior que era constituído por lã mineral revestida com um reboco de cimento e cal. De acordo com alguns autores, o responsável pelo desenvolvimento dos sistemas de reboco delgado armado sobre poliestireno expandido, teria sido Edwin Horbach. Testou diferentes composições de reboco, diversos produtos de reforço e materiais de isolamento. Após contactos com um fabricante alemão de poliestireno expandido, o seu sistema de isolamento térmico começou a ser usado no final dos anos 50.

A primeira utilização de um sistema de revestimento e isolamento térmico pelo exterior em grande escala foi efetuada na Alemanha nos finais da década de 1950. A aplicação visava impedir que os grãos de açúcar em silos se pegassem sob a ação da condensação. O primeiro uso doméstico, também naquele país, deu-se no início da década seguinte. Desde então e especialmente após a crise do petróleo na década de 70, estes sistemas que poupam energia e regulam o ambiente interno dos edifícios têm sido usados desde a Sibéria à Arábia Saudita. Hoje, na Alemanha onde o sistema mais desenvolvimento sofreu, cerca de 60% das novas construções são equipadas com sistemas de isolamento térmico pelo exterior.

Descrição do sistema

Basicamente, o sistema é constituído por seis componentes distintos:

(1) fixação ao substrato, através de parafusos e/ou de massa adesiva;
(2) placas de EPS - Poliestireno Expandido, cuja espessura varia conforme a necessidade de proteção térmica;
(3) rede em fibra que confere resistência mecânica ao revestimento e cuja espessura varia conforme o nível pretendido de resistência ao impacto;
(4) revestimento base que protege o edifício e impede a infiltração de ar;
(5) primário e regulador de fundo e
(6) o revestimento final, de grande elasticidade e disponível numa grande variedade de cores e texturas. Há ainda que contar com os acessórios, tais como esquineiros metálicos e perfis de arranque na base do sistema.
Principais vantagens

A principal vantagem do reboco térmico pelo exterior reside na eliminação de pontes térmicas. Ou seja, fornece um isolamento integral do edifício o que impede o ganho ou a perda de energia através dos elementos estruturais, tal como acontece nos pilares de betão ou nos montantes de metal, o que pode ocorrer na construção em aço leve, ou Light Steel Framing quando o edifício apenas possui isolamento entre perfis e é revestido com um reboco rígido convencional.

No entanto, podem ainda ser alistadas diversas outras vantagens:

Diminuição do risco de condensações;
Aumento da inércia térmica interior dos edifícios, dado que a maior parte da massa das paredes se encontra pelo interior da camada de isolamento térmico. Este fato traduz-se na melhoria do conforto térmico de Inverno, por aumento dos ganhos solares úteis, e também de Verão devido à capacidade de regulação da temperatura interior;
Economia de energia devido à redução das necessidades de aquecimento e de arrefecimento do ambiente interior;
Diminuição da espessura das paredes exteriores com conseqüente aumento da área habitável;
Redução do peso das paredes e das cargas permanentes sobre a estrutura;
Aumento da proteção conferida ao tosco das paredes face às solicitações dos agentes atmosféricos (choque térmico, água líquida, radiação solar, etc.);
Diminuição do gradiente de temperaturas a que são sujeitas as camadas interiores das paredes (Figura 3);
Melhoria da impermeabilidade das paredes;
Possibilidade de mutação do aspecto das fachadas e colocação em obra sem perturbar os ocupantes dos edifícios, o que torna esta técnica de isolamento particularmente adequada na reabilitação de fachadas degradadas;
Grande variedade de soluções de acabamento.

Fonte: material do artigo da Wikipédia "Reboco Térmico pelo Exterior"

Fachadas expostas à chuva de vento

As paredes ou empenas dos edifícios, expostas a constantes chuvas de vento, como ocorre no Rio de Janeiro com as paredes orientadas para Sul e Sudoeste, necessitam de cuidados especiais.
A chuva de vento penetra pelas frestas e desgasta os tratamentos superficiais; por esta razão a incidência de paredes úmidas com infiltrações mais severas é freqüente. As conseqüências são a formação de mofo, apodrecimento de armários embutidos, estragos em quadros de pintura, etc.

Se os problemas forem previstos nos memoriais descritivos é possível eliminá-los pela raiz.

A água penetra pelas paredes por trincas e fissuras, ou por absorção capilar, se a pintura ou o revestimento forem porosos. A diferença fundamental entre uma impermeabilização e uma pintura reside na impermeabilidade ao vapor d'água, da primeira, e á capacidade de respirar, da segunda.

A pintura permeável ao vapor d'água não significa que seja também permeável á água - uma boa pintura é impermeável á passagem da água.

Para que uma parede de alvenaria se torne estanque, deve satisfazer ás seguintes condições:

Ser emboçada com uma argamassa que não fissure e que não seja muito higroscópica.

Receber a aplicação de um selador antes da pintura.

Ser pintada com uma tinta impermeável de longa duração. A película da tinta deve possuir adequada espessura para satisfazer aquela condição.

Faz- se necessário alertar a todos para a força que acontece nos capilares, que é a força de sucção, que causa o aparecimento da água nas superfícies internas das paredes expostas aos ventos fortes que exercem força horizontal e de baixo para cima, trazendo, conseqüentemente, graves problemas nas paredes das edificações. Lembrar que a água penetra sempre nos poros, nas fissuras, nas saliências e prossegue, por capilaridade o seu caminho.

Solicite caso necessário as pressões hidrostáticas exercidas pela velocidade dos ventos.

Argamassas

Conforme a Norma NBR -7200 da ABNT, uma argamassa para revestimento "não deve conter" elementos orgânicos. Isto quer dizer que não deve conter nem saibro nem terra de emboço (terra preta) A norma indica a cal como ligante, mas a experiência dos autores ensinou-lhes que a cal oferece perigo para a pintura. Recomendamos que a argamassa seja preparada com emprego de um ADITIVO que reduza a relação A/C e que seja plastificante, coesivo e aerante, incorporando alvéolos de ar. Esses tem a propriedade de interromper a penetração da água, tornando a argamassa mais estanque do que uma argamassa sem aditivos. A massa com aditivos não se desidrata e não contrai durante a cura e assim não apresentará fissuras.

Em superfícies sujeitas a chuva e ventos, sugerimos como acabamento antes do isolamento e pintura, á aplicação de revestimento impermeabilizante flexível. Estes revestimentos formam uma camada 100% flexível, resistente a qualquer movimentação da superfície tratada. Por serem flexíveis, não sofrem fissuras ou trincas como os revestimentos SEMI-FLEXIVEIS

Por Leonardo Zapla

Leonardo Zapla é especialista em Patologias da Construção, Consultor técnico de algumas empresas e diretor da Zapla Serviços Especiais para Engenharia.
(21) 2548 –0523
Visite: http://www.zapla.com.br
http://www.produtoszapla.com.br

Fachadas: causas comuns de ruína

As razões mais comuns da aplicação de pinturas em fachadas são a estética, impermeabilidade e a lavabilidade.
O fato é que toda e qualquer parede, seja de fachada ou não, fica sujeita à impiedade do tempo, mesmo aquelas concebidas de forma inteligente para suportar esta inclemência. O estudo da durabilidade de uma pintura requer o conhecimento das causas mais freqüentes do estado de ruína nestes substratos.

Todas as paredes contêm sais solúveis em água, como sulfatos de cálcio e de magnésio. A penetração de umidade de mesmo a água da chuva, através do filme de pintura, promoverá o contato com estes sais, dissolvendo-os e formando uma camada instável de material pulverulento ou em forma de farinha, chamado eflorescências, sob a película, tornando-a susceptível de descolorações, degradação ou mesmo descolamento.

Toda e qualquer especificação deverá levar em conta a possível presença e remoção destes sais antes da pintura, sem que todo o revestimento estará comprometido.

Ao contrário do que se possa imaginar, é comum surgirem eflorescências em superfícies novas. Em nenhuma hipótese, caso se constate, dever-se-á pintá-las com tintas látex e muito menos lavá-las com hidrojateamento, já que esta medida ativará os sais nas superfícies das paredes, piorando o problema.

Após resolver os problemas de fácil acesso ao interior da parede e permitir que ela segue adequadamente, aplique primeiramente e obrigatoriamente um primer alquídico, de modo a modificar e condicionar as superfícies, isolando a condição de alcalina.

A seguir aplique uma boa tinta.

Outras condições atmosféricas

Dever-se-á considerar sempre que qualquer tipo de parede, revestida ou não, ou mesmo as de concreto aparente, sofrem tensões internas provenientes da ação do aglomerante hidráulico utilizado. Todos sabemos que este aglomerante hidráulico promove altas resistências à compressão mas, quase sempre, ignoramos que também oferecem baixas resistências à tração. Os níveis de tensão interna existentes nas paredes variam enormemente, de acordo com a qualidade e quantidade dos materiais utilizados e, principalmente, de acordo com os valores externos de temperatura e umidade.

É perfeitamente sabido também que estas tensões promovem fissuras e trincas nas superfícies das paredes, encorajando a penetração d'água e umidade, que destruirá o paramento, pela formação de eflorescências ou mesmo ao inchamento do emboço. Nas paredes de concreto aparente, a existência de fissuras promoverá a penetração de oxigênio, água e agentes químicos perniciosos que desenvolverão células eletroquímicas de corrosão nas armaduras. Um outro problema muito comum que ataca estas superfícies, quase sempre ignorado, é a carbonização do concreto, que também conduz ao desenvolvimento de células de corrosão nas armaduras.

Nossas condições atmosféricas, com extremos freqüentes, é por demais adversa, conduzindo os revestimentos à formação de fissuras e trincas, que abrem e fecham, de acordo com a grandeza dos diferenciais de temperatura e umidade impostos. Como já afirmamos, as tintas 100% acrílicas formam filmes rígidos, que não suportam estas condições. O resultado é a quebra da película com a abertura de trincas ou fissuras, abrindo-se uma porta à penetração da intempérie.

Tintas

A grande quantidade de tintas disponíveis no mercado torna necessário uma investigação de suas qualidades e propriedades. A escolha final será norteada pelo conhecimento dos locais a serem pintados e suas necessidades. Normalmente, dever-se-á especificar um protetor penetrante (PP) para isolar o ambiente alcalino ao mesmo tempo em que promoverá a ancoragem necessária estabilidade da película de acabamento. O acabamento tradicionalmente, é feito com 2 demãos de tinta 100% acrílica de alta qualidade, próprio para paredes externas. Como o tempo é o melhor testemunho da qualidade e da durabilidade de uma tinta. A especificação sugerida acima, efetivamente, não tem dado bons resultados, para superfícies problemáticas ou muito expostas, já que formam filmes extremamente finos e vulneráveis à ação da abertura de trincas/fissuras, permitindo a penetração da chuva, gases, como o dióxido de carbono e sal da maresia, sob a película, afetando-a como também o substrato.

Há alguns anos, com o desenvolvimento dos sistemas elastoméricos, mais propriamente os acrílicos e os epóxicos, modificou-se completamente o comportamento da relação película/substrato, obtendo-se um filme espesso, flexível e durável, capaz de cobrir trincas existentes ou as que surgem, impedindo, portanto, a penetração da chuva e da umidade.

É interessante ressaltar que a surgência ou a abertura de fissuras e trincas, posterior à aplicação da tinta elastomérica, fará com que a película estique, protegendo-as. À medida que fecham, motivadas pelo comportamento higrotérmico do tempo, a película retorna à situação original sem qualquer comprometimento de suas características. É preciso identificar bem estes sistemas, formados por resinas acrílicas ou epóxicos de alta qualidade que duram muitos anos, oferecendo, portanto aquela durabilidade desejada, em função do grande investimento feito.

Há também no mercado novas resinas acrílicas, mesmo elastoméricas, com superior resistência a eflorescências, mofo e do envelhecimento. Talvez a mais notável característica seja a qualidade de "respirar", isto é, permitir que a parede libere a umidade ou vapor existente no seu interior, conforme muda a pressão do ar, umidade e temperatura interna/externa.

Uma outra boa característica notável é a resistência ao ambiente alcalino. Esta nova geração de tintas acrílicas podem ser aplicadas em paredes de fachadas, inclusive de concreto aparente, com pH igual ou superior a 9.

Por Leonardo Zapla

Leonardo Zapla é especialista em Patologias da Construção, Consultor técnico de algumas empresas e diretor da Zapla Serviços Especiais para Engenharia.
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