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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Hidráulica - Projeto- Instalação - Dúvidas

Hidráulica - Projeto

A obra está pronta, cada móvel no seu lugar, cortinas nas janelas. É nessa hora que muita gente faz a descoberta: a planta hidráulica tem problemas. Ou, no mínimo, não ficou exatamente como era desejado. Nesse caso, quase sempre é tarde demais: qualquer mudança implicaria em quebra de paredes e perda de material de acabamento.

É claro que nem sempre as situações beiram a tragédia, mas desde pequenos detalhes, como a torneira do chuveiro que fica sob o jato de água (o mais adequado é colocá-la ao lado, evitando que a água fria caia sobre o braço), até problemas mais graves, como a água que volta pelo ralo, a falta de pressão no chuveiro, a má colocação de aquecedores e aquelas horríveis manchas nas paredes onde há vazamentos, já são suficientes para dar muita dor de cabeça.

Além disso, é bom lembrar que as instalações hidráulicas não dizem respeito apenas às redes de abastecimento e coleta de esgoto, mas também às tubulações de gás e à rede de águas pluviais.

Portanto, faça seu projeto de hidráulica, estabelecendo a disposição das torneiras e dos canos, antes de começar a reformar ou a construir.

O primeiro passo

A primeira pergunta é: o que é um bom projeto de hidráulica? É aquele que atende às necessidades dos usuários do imóvel, que facilita futuros reparos e que se integra ao plano arquitetônico ­ tanto do ponto de vista da forma quanto do custo.

Não espere economia nesse item. Um projeto de hidráulica custa quase o mesmo que o estrutural. E a melhor maneira de garantir instalações hidráulicas confiáveis e adequadas à sua necessidade é acompanhar de perto a elaboração e a execução do projeto.

A pressão da rua

Uma das primeiras preocupações para quem vai construir, ou mesmo reformar, deve ser a pressão da água na rua. Quando a pressão é baixa, encher a caixa-d'água pode levar muito tempo, o chuveiro acaba se reduzindo a um quase conta-gotas, e os aparelhos eletrodomésticos, como as máquinas de lavar louças e lavar roupa, demoram muito mais para completar suas funções. Na outra ponta da equação, quando a pressão é alta demais, você vai precisar de tubos mais resistentes e mais largos e ter atenção redobrada quanto às emendas e conexões. Se a sua obra se enquadra numa dessas duas categorias, calma! O mercado oferece dispositivos que elevam ou reduzem a pressão da água.


Hidráulica - Tabela - Tubo de pvc


E como evitar o golpe de aríete? Já ouviu falar do teste de estanqueidade? Tem idéia do que fazer se em sua casa a água chega sem muita pressão?

Este Hidráulica sem segredos ­ um especial da revista Arquitetura & Construção ­ traz as principais informações de que você precisa para iniciar bem sua obra. Conhecendo os procedimentos básicos para realizar um bom projeto, e todos os percalços que podem permear o seu caminho para uma instalação hidráulica perfeita, você evita uma série de problemas futuros.

Se já construiu sua casa, ou está reformando, esta edição também será útil, pois revela os segredos para reparar ou manter em ordem o seu sistema. Até mesmo aqueles consertos mais simples, como a troca do vedante da torneira e a limpeza da caixa sifonada, vão perder definitivamente o mistério.

Por dentro dos canos

Hora de pensar em tubos e conexões. Primeira dúvida: que material usar? O PVC encabeça o ranking dos mais conhecidos, mas o mercado oferece ainda outras famílias de produtos: o cobre, que ocupa um espaço importante na construção civil, especialmente no transporte de água aquecida, o CPVC (um tipo de PVC para água quente), o aço galvanizado e até novidades como o polietileno reticulado, que já equipa alguns edifícios brasileiros. Qual desses materiais se adapta melhor ao seu projeto? A resposta depende de diferentes fatores, alguns técnicos, outros pessoais e econômicos.

Antes de comprar tubos, porém, atenção nas medidas: elas são dadas em milímetros (as peças soldáveis) e polegadas (as rosqueáveis). Quando os dois tipos estão presentes na mesma peça, ela trará as duas medidas: milímetros de um lado e polegadas ­ que correspondem a 2,54 cm ­ do outro. Como os itens rosqueáveis têm espessura de parede diferente dos soldáveis, siga a tabela acima, que traz a conversão das medidas levando em conta essa diferença. Tome cuidado, ainda, com a conversão de cobre para PVC/CPVC: as medidas também serão diferentes, já que o cobre é mais resistente e, portanto, tem paredes mais finas (tabela ao lado). Na hora de trocar um material por outro, fique atento.


Não se engane na conversão







Hidráulica - Instalação


Alguns itens são decisivos para uma boa planta hidráulica. Repare na colocação dos registros de gaveta, que controlam o fluxo de água em seções da casa. Na cozinha e na lavanderia, não há necessidade de muitos deles: um para água quente e outro para água fria dão conta do recado. No banheiro, pode ser útil destinar um registro exclusivo para a válvula de descarga: se ela precisar de conserto, o resto do banheiro não fica sem água.

Providencie caixas de gordura e de inspeção a intervalos regulares, de preferência, na saída de cada cômodo. Em caso de entupimento, a manutenção é feita a partir delas: o resultado é uma extensão menor de tubos a serem desimpedidos.





Hidráulica - Dúvidas


A seguir, algumas dúvidas que surgem sempre que pensamos em encanamentos e instalações. Não se esqueça de que as respostas são conselhos e orientações genéricos, e, eventualmente, o seu problema pode apresentar particularidades que só um profissional treinado estará apto a desvendar.

Como ficam os projetos hidráulicos em casas pré-fabricadas?

Em princípio, eles seguem os mesmos mandamentos das construções de alvenaria. A maior diferença talvez esteja na caixa-d'água. Muitas casas pré-fabricadas não têm estrutura no telhado para suportar o peso de um reservatório. Muitas delas, inclusive, são construídas com telha-vã (sem o forro). Assim, a solução é colocar a caixa-d'água do lado de fora, erguendo uma torre para criar pressão. Caso dispense a torre, o uso de um pressurizador será imprescindível para que torneiras, aquecedores e chuveiros funcionem bem.

Água quente esgoto abaixo, o que pode acontecer?

Imagine a situação: você ferveu água para preparar macarrão. Na hora de escorrer, essa água tem temperatura próxima dos 100 °C, muito acima do que é normalmente suportado por vários materiais usados em rede de esgoto. Se o sifão da pia for de metal, você se livrou do problema. Mas, se for de PVC, por exemplo, ele pode não resistir e trincar. Na dúvida, quando for jogar água quente na pia da cozinha, abra também a torneira de água fria (não sobre o macarrão, por favor).
No chuveiro e na pia do banheiro o risco não existe, já que a temperatura da água é sempre bem menor, dificilmente ultrapassando os 40 °C.

Por que brota água de uma parede sem encanamentos?

Especialmente para quem mora em apartamento, essa é uma cena muitas vezes real. A explicação é simples: muitos edifícios usam entulho para completar o espaço entre a laje e o contrapiso. Se o apartamento de cima tiver algum vazamento, essa água escorrerá e começará a encharcar o entulho. Talvez demore muito tempo até que ela escoe por algum lugar, mas, inevitavelmente, isso acaba acontecendo. Aí, a água surge em qualquer lugar do apartamento de baixo, mesmo em paredes onde não há tubulação.
Outra possibilidade é que haja uma falha na calha que capta a água das chuvas. Se ela passa por uma parede seca, o vazamento vai aparecer

O que é e como funciona o triturador?



Os trituradores são aparelhos eletrodomésticos que vêm se tornando cada vez mais comuns no Brasil. Um triturador (foto) é composto basicamente de um motor e de lâminas. Como o nome já diz, o dispositivo se encarrega de transformar resíduos sólidos em pedaços muito pequenos, que podem facilmente passar pelo encanamento, evitando o risco de entupimento.

O aparelho é instalado na pia da cozinha, sob uma cuba especial, com uma saída de água de maior diâmetro. Quando você joga restos de alimentos dentro da pia e aciona o triturador, ele mói o material e o joga na rede de esgoto.

Minha rua não tem rede de esgoto, o que fazer?

Só existe uma alternativa: recorrer a uma fossa séptica. Você pode comprá-la em lojas especializadas ou construí-la, dimensionando-a para atender às suas necessidades. Seu funcionamento é simples: de um lado fica a entrada de esgoto, e, do outro, a saída, sempre num nível mais baixo. É essa diferença de altura que garante que o esgoto vá para o fundo da caixa, forçando o depósito de material sólido. Nesse processo, forma-se uma camada de lodo e outra, acima, de gordura (a água que sai da caixa é o chamado efluente). Depois de passar pelo processo de decantação da fossa, o efluente deve ser infiltrado no solo. Mas atenção: não é permitido lançar resíduo de esgoto na rede de águas pluviais ou em cursos d'água.

Atente, ainda, para a manutenção, feita pelos caminhões limpa-fossa, equipados com um tubo e uma bomba de sucção: eles retiram o lodo acumulado no fundo da fossa.

Quais os métodos utilizados para detectar vazamentos?

Não existe método infalível nesse quesito. Uma coisa é certa: se a sua conta de água aumentar muito e rapidamente, sem que haja motivo para tal, é quase certo que o sistema hidráulico da sua casa tenha falhas. Nesse caso, nem a tecnologia ajuda muito. Algumas empresas oferecem o serviço de detecção de vazamentos com aparelhos de ultra-som, que prometem apontar sua localização. O problema está no preço, geralmente salgado.

Outra alternativa é usar o método do copo com água, empregado por muitos encanadores experientes. Funciona assim: feche o registro de entrada de água da rua e todas as torneiras e terminais de saída de água da casa. Em seguida, pegue um copo com água até a borda. Abra uma das torneiras e mergulhe a ponta dessa torneira na água. Se houver vazamento no seu sistema, a água será aos poucos sugada pela torneira aberta. Quanto mais próxima ela estiver do vazamento, mais rapidamente a água será absorvida.

Isso acontece porque, quando você fecha o registro da rua e todas as saídas de água, o sistema da sua casa fica isolado, mas resta a água do reservatório. Caso haja algum vazamento, a água da caixa continuará escorrendo para lá. À medida que deixa o sistema pelo furo, a água provoca deslocamento de ar, gerando nos canos um certo vácuo, que puxa a água do copo. O método não é muito eficiente em apartamentos, que têm seu sistema interligado ao do edifício.

Por que as banheiras de hidromassagem causam problemas?

Aqui, a mão-de-obra é fundamental. Muitas vezes, o erro acontece na hora da instalação. Lembre-se de que um equipamento desse tipo lida com água pressurizada e aquecida, duas características que por si só demandam maiores cuidados. Além disso, o seu projeto deve favorecer a instalação, diminuindo, por exemplo, o uso excessivo de conexões, que sempre potencializam as chances de problemas. Outro item que não pode passar despercebido é a caixa sifonada (foto). Ela precisa ter uma vazão maior para suportar a água e a espuma que caem no sistema de esgoto, vindas da banheira.

Quais os erros mais comuns nas instalações hidráulicas?

Além dos casos óbvios, como juntas e conexões mal ajustadas, as instalações hidráulicas podem padecer de uma série razoável de erros de planejamento. A hora de pensar neles é antes da construção. Quanto ao abastecimento- colocação inadequada de aquecedores
Os aquecedores centrais precisam ser dispostos sob as caixas-d'água. Nunca ao lado, mesmo que estejam em um nível inferior. Se o seu aquecedor não estiver em linha reta sob o reservatório, você com certeza não estará usando toda sua capacidade de aquecimento. Nesse caso, a saída é instalar um pressurizador, que deve ser colocado no caminho entre a saída da caixa-d'água e a entrada do aquecedor, aumentando a pressão que chega a esse aparelho.

- falta de teste de estanqueidade
Assim que os tubos estiverem instalados, abra os registros, espere alguns minutos e observe cada centímetro do encanamento. Só feche as paredes se não tiver encontrado um único ponto de vazamento. Sempre que possível, o teste deve ser feito com o acoplamento de um pressurizador ao sistema. Com pressões mais altas, a chance dos eventuais vazamentos aparecerem é maior.

- instalação inadequada de registros de passagem ou de gaveta


Quando o assunto são registros de passagem (foto), chamados pelos profissionais de registros de gaveta, muitas vezes vale a lógica do quanto mais, melhor. Mas tudo é pensado de acordo com a configuração da sua casa. Dependendo do seu projeto, pode ser interessante colocar num mesmo registro individual as saídas de água da lavanderia, um segundo para os pontos da pia da cozinha e um terceiro para o banheiro. Mas existem outras disposições possíveis. No banheiro, por exemplo, uma solução é optar por ter um registro para a pia e para o chuveiro e outro, individual, para a válvula de descarga. Assim, em caso de manutenção da válvula, os outros aparelhos do banheiro continuam sendo usados. Em qualquer situação, uma recomendação importante é não deixar esses registros meio abertos. Ou seja, se você estiver usando a água, eles devem permanecer totalmente abertos, mesmo que você tenha muita pressão no seu sistema. Lembre-se de que esses registros não foram feitos para regular a força da água ­ prática que causa danos irreversíveis ao mecanismo dessas peças. Caso isso aconteça, a única solução é trocar o conjunto todo, com os habituais inconvenientes de quebra de paredes e de revestimentos

Quanto ao esgoto

- ângulos retos
São dois os problemas: ângulos retos tendem a aumentar a tensão e a pressão do sistema; o que é pouco desejável, quando se fala em esgotos. Também facilitam o acúmulo de sujeira. Escolha conexões com ângulos inferiores a 90°.

- excesso de ramais
O que vale aqui é a lógica de reduzir o uso de material. Diminuindo a quantidade de tubos, você minora, também, os riscos de vazamentos.

- falta de ventilação no sistema
Trata-se de um tubo que sai do sistema de esgotos em direção ao telhado. Lá em cima, sua ponta é aberta, garantindo a entrada de ar e o predomínio da pressão atmosférica no sistema. Não descuide desse detalhe: junto com a exata inclinação dos tubos, ele será responsável pelo correto escoamento das águas. A ventilação ainda evita que o mau cheiro da rede invada os ambientes da casa.

O que é o golpe de aríete e como evitá-lo?

Trata-se de uma forte trepidação que acomete o sistema hidráulico sempre que uma saída é fechada. O motivo é simples: quando uma saída é aberta, a água corre pela tubulação e sai do sistema. Assim que se fecha a saída e o fluxo é interrompido, a água tende a refluir para dentro dos tubos. Quando esse refluxo é muito violento, ocorre o golpe de aríete ­ quase sempre com as válvulas de descarga, que trabalham com tubos largos e pressões elevadas. Com o tempo, isso pode até provocar rachaduras e vazamentos. As novas válvulas já saem de fábrica com dispositivos que evitam o problema. Se sua casa sofre com esse efeito, troque a válvula.

Quero fazer um poço artesiano em minha casa. Posso?

A lei diz que, onde houver rede de abastecimento de água, o consumidor deve fazer uso dela, preferencialmente. Mas não são raras as construções que optam pela perfuração de poços artesianos, mesmo nas cidades . Não pense, entretanto, que essa iniciativa representará o fim das contas de água. Para estar dentro da lei, a construção de um poço nas cidades deve ser comunicada à abastecedora, que instalará um hidrômetro e medirá o consumo do mesmo jeito. A diferença é que não será cobrado o abastecimento de água, apenas a taxa de coleta de esgoto, que representa 50% de sua conta.

Outro fator a ser levado em conta diz respeito aos rios poluídos. Se o seu poço captar água nas proximidades de um desses cursos, a chance de contaminação é muito grande. Mesmo em locais ermos, é indispensável o tratamento das águas de poço artesiano para que elas estejam adequadas ao consumo.

Hidráulica - Como fazer


Mesmo que você não tenha vocação para dublê de encanador, veja como são feitos alguns consertos básicos: trocar o sifão e o vedante da torneira, reparar a válvula de descarga, desentupir o ralo e usar a fita de vedação.


Não é preciso ter um arsenal de ferramentas para proceder aos reparos mais comuns. Bastam uma serra, uma trena, um grifo e uma chave inglesa para que você resolva tudo sozinho


A torneira está pingando
A responsabilidade é quase sempre do vedante (popularmente chamado de courinho). Ele é a peça que mais se desgasta nas torneiras ou nos registros. O mercado já dispõe de modelos de disco cerâmico, que dispensam o vedante.



A válvula de descarga disparou
Você terá que trocar o reparo. Trata-se do conjunto que controla o fluxo de água. Se sua válvula for antiga, chame o encanador: são mais de vinte itens a serem substituídos. Nos novos modelos, substitua o cartucho, conforme o esquema:




Fonte: Site Engenharia

Elétrica - Projeto - Material - Circuitos - Dúvidas

Quando os eletrodomésticos ainda ensaiavam sua estréia triunfal dentro das nossas casas, a instalação elétrica se resumia a um simples passar de fios e conduítes. Pois novos aparelhos surgiram e se multiplicaram, fazendo com que a importância de um serviço bem feito crescesse na mesma proporção.

Ninguém quer que, depois da obra concluída ou do apartamento reformado, a luz continue variando quando o microondas é ligado ou que o chuveiro não possa ser acionado ao mesmo tempo em que a máquina de lavar roupas, sob pena de desarmar o disjuntor e deixar parte da casa às escuras.

Como quase tudo numa obra, a hora de evitar esses problemas é antes da construção, no momento em que os projetos arquitetônico e estrutural estão sendo definidos. Afinal, tudo se interliga.

A disposição dos ambientes, a área construída, o pé-direito, todos esses elementos têm influência direta sobre o tipo de trabalho a ser feito e do material a ser usado.
Se a hora é de economizar, pense em outros departamentos em que poderá cortar gastos – na instalação elétrica, definitivamente, não é. Um projeto bem dimensionado, alicerçado em materiais de qualidade, evita muito mais que disjuntores desarmando: ele nos poupa de incêndios e de choques elétricos, que podem causar queimaduras e até matar.

Mãos à obra

Ou melhor, ao papel. Este é o momento de elaborar o projeto, determinando quantas tomadas cada cômodo deve ter, onde elas estarão, quantos pontos de luz serão necessários – e qual a capacidade de carga de cada um. Todos os sonhos (um home theater, uma estação de microcomputadores) devem constar da sua planta, ou será difícil concretizá-los sem ter, mais tarde, de quebrar as paredes e redimensionar potências.

Elétrica - Escolha do material

Os materiais que levam a energia aos diferentes pontos de sua casa devem ser de boa qualidade. Procure na embalagem o símbolo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), procedimento aconselhável para todos os componentes de sua instalação. Desde os cabos até os interruptores, esse símbolo significa que as peças foram feitas obedecendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para Instalações Elétricas de Baixa Tensão, identificadas pela sigla NB-3 (NBR-5410), antiga NB-3. Agora, conheça a cesta básica da sua instalação.

Fios e cabos

Só há uma diferença entre eles: a flexibilidade. Os fios – constituídos de um único e espesso filamento – são rígidos. Já os cabos são formados por vários filamentos finos, o que lhes dá maleabilidade e facilita sua colocação nos trechos onde há curvas.
O material de que são feitos – o condutor de eletricidade – é o mesmo, o cobre (que, aliás, pode variar muito de qualidade). Faça sua pesquisa de preços, mas não leve um produto só porque é mais barato. Isso pode significar matéria-prima inferior – quanto mais puro o cobre, melhor será a condução da energia. Muita atenção também quanto ao revestimento, que deve ser antichama. Exposto ao fogo, o PVC, que cobre todos os fios e cabos, não propaga a chama, mas, em geral, libera gases tóxicos. Uma nova geração de cabos aboliu o chumbo tóxico da capa que isola os condutores. Na hora da compra, pergunte sobre a qualidade do produto e verifique as suas especificações.

Disjuntores desarmados, choques, curto-circuitos, variação na intensidade da luz...


Esses são apenas alguns – ou os mais corriqueiros – problemas que nos afligem no dia-a-dia. A boa notícia é que tudo isso pode ser evitado – ou reformado, se sua casa já não é tão nova assim. Acompanhe neste Elétrica sem segredos, edição especial da revista Arquitetura & Construção, tudo o que envolve uma instalação elétrica bem feita. Um projetista faz parte, naturalmente.

Elétrica - Definição dos circuitos

Neste momento, você já listou eletrodomésticos e pontos de luz com as devidas potências. Contas feitas, definem-se os circuitos (as linhas de transmissão de energia interna, que saem da caixa de distribuição e levam a eletricidade até os aparelhos). Para cada um, instala-se um disjuntor. A questão é: quantos?

Fixar essa quantidade é relativamente simples: ramais que alimentam aparelhos de grande potência (a partir de 1 200 W), como chuveiros, fornos de microondas, máquinas de lavar roupa e secadoras, por exemplo, pedem circuitos exclusivos.

A mesma indicação serve para os aparelhos eletrônicos, como os computadores, mesmo que não tenham potências tão elevadas. Além disso, tomadas e pontos de luz não devem ser abastecidos por um mesmo circuito.

Estabelecendo limites

Como determinar o limite de cada circuito? E quantas tomadas podem ser ligadas a cada um sem que haja o risco de sobrecarga? Os projetistas recomendam tomadas comuns, de 100 watts de potência, em média, para ambientes de estar, como salas e quartos. Um circuito feito com um cabo de 2,5 mm2 (a bitola mais comum em residências) a uma tensão de 110 volts pode conduzir algo em torno de 1 200 a 1 500 watts. Assim, será possível ligar cerca de dez tomadas de 100 watts cada, já prevendo uma margem de segurança. Se a tensão for de 220 V, a potência do circuito aumenta para algo em torno de 2 200 watts.
Ao estabelecer o número de circuitos e a potência de cada um, lembre-se de que não se deve exceder o limite de cada ramal, sob pena de superaquecimento dos cabos, variações
na tensão e desarme constante dos disjuntores.

Elétrica - Circuitos

Aterrando o sistema
Por ser um grande depósito de energia, a terra pode fornecer ou receber elétrons, neutralizando uma carga positiva ou negativa. Aterrar o sistema
é exatamente isso: estabelecer essa ligação
com a terra, estabilizando a tensão em caso
de sobrecarga. Assim, você evita um curto-circuito nos aparelhos.




O procedimento é simples: próximo à caixa de distribuição, uma barra de cobre, vendida nas lojas especializadas, é cravada no solo. Dela sai um cabo neutro – justamente o fio terra – para todas as tomadas da casa.

Nos projetos mais recentes, as tradicionais tomadas de dois pinos estão cedendo lugar para as de três pinos, em que o terceiro é o terra. É uma boa providência. Prevendo a existência de sistemas aterrados – infelizmente ainda raros
na maioria das construções brasileiras –, vários eletrodomésticos estão saindo de fábrica com plugues desse tipo, antes comuns apenas em aparelhos como computador, fax, impressora e televisão. Devido às suas características técnicas, esses equipamentos são mais vulneráveis a um curto-circuito.

No caso dos micros, não pense que só o uso de um estabilizador é capaz de protegê-los. Se o seu sistema não for aterrado, o plugue de três pinos do aparelho terá de ser ligado a uma régua e, a partir dela, na sua parede,
em uma tomada comum. O terceiro pino do plugue – o terra – simplesmente perdeu sua função.

O cálculo da bitola

Quanto maior a distância entre o quadro de luz e a tomada, maior será a bitola do cabo. Se ela for sub dimensionada, a energia se transformará em calor, diminuindo o desempenho dos aparelhos, aumentando o consumo de energia e expondo sua instalação a um curto-circuito.

Aumentar a esmo a seção nominal não é a solução do problema: com uma bitola maior do que o necessário você estará apenas onerando a sua obra (isso significa preço mais alto, e são muitos os metros a serem percorridos). Em geral, os fios têm entre 2,5 mm2 e 8 mm2, mas o cálculo correto é trabalho do projetista.

A partir daí é feita a distribuição dos circuitos: para cada um são usados dois fios vivos (um fase e um neutro), para tomadas 110 V. Ou fase e fase, para tomadas 220 V. Fase, como você já percebeu, é, justamente, o fio que conduz a energia elétrica.

Elétrica - Dúvidas

Algumas perguntas sempre surgem na cabeça de quem está reformando ou construindo. E na de quem acaba de levar um choque no chuveiro ou perdeu o equipamento de som em razão de um mal de que o país inteiro é vítima: os raios. Saber o que acontece na sua instalação elétrica pode ajudá-lo a evitar prejuízos – de um curto-circuito capaz de destruir os seus equipamentos a uma conta de luz que mina o seu orçamento mês a mês.

É verdade que uma casa com tensão de 220 volts gasta menos energia?

Não. A única diferença entre 110 V e 220 V está na bitola dos cabos. Um ramal de 1 200 W de potência terá, em 220 V, aproximadamente a metade da bitola de um outro, de mesma potência, que usa 110 V. Na ponta do lápis, a economia é significativa (bitola menor, custo menor). Os eventuais acidentes e choques com uma tensão de 220 V, porém, são mais perigosos que em 110 V. Por isso, a maior parte dos projetistas recomenda o 220 V apenas para circuitos específicos, que alimentam os equipamentos de maior consumo e pedem ramais exclusivos.

Existe o risco de choque no chuveiro elétrico, mesmo com a instalação em ordem e o sistema aterrado?

Sim. Ainda que remotamente, até os chuveiros elétricos que usam resistências blindadas oferecem esse risco. Essa foi uma das razões que levou a ABNT a adotar os dispositivos de controle de fuga de corrente (DR). Quando uma descarga se precipita no chuveiro, o dispositivo se encarrega de acusar e desviar o excesso de carga do sistema, evitando o choque.

O disjuntor desarma a toda hora. Devo colocar um de amperagem maior?

Não. É preciso saber o porquê de tão sucessivos incidentes. Uma das hipóteses é a de que o sistema esteja operando acima de seu limite. Isso é bastante comum em casas antigas, que não foram adaptadas à maior demanda de energia dos equipamentos modernos. Nesse caso, a queima do fusível, ou o desarme do disjuntor, pode ser sinal de excesso de carga para as dimensões de sua instalação. A única alternativa é a reforma.

Se você mora em edifício, há mais um item a ser considerado: a prumada – o cabo que sobe desde o térreo, ou subsolo, levando a eletricidade até o seu apartamento. Ela pode ter ficado inadequada para o seu consumo atual de energia, provocando desarme do disjuntor na caixa de entrada do prédio. A única solução é trocar a prumada por um cabo de maior bitola. Em alguns edifícios, o condomínio se encarrega da troca geral; em outros, cada apartamento se responsabiliza pela sua. E lembre-se de fazer o cálculo da quantidade de energia a ser usada em seu apartamento para que um projetista determine a bitola da nova prumada.

Variações de tensão, comuns nas redes brasileiras, prejudicam os aparelhos?

Para os aparelhos bivolt – que trabalham com tensões de 90 a 240 volts – as variações não trazem prejuízo. Mas os que operam com apenas uma tensão podem sofrer avarias. Fique atento, também, aos aparelhos importados que não sejam bivolt. Os japoneses, por exemplo, operam com 100 V, o que os torna incompatíveis com o sistema brasileiro, que quase sempre adota 110 V. Não são raros os casos de aparelhos japoneses queimados à primeira conexão na tomada.

Como resguardar minha casa dos raios?

Por sua posição geográfica, o Brasil é o país que mais sofre a incidência de raios – descargas elétricas de milhões
de volts que nascem entre as nuvens e descem até o solo
(os relâmpagos não chegam ao chão, são como enormes fagulhas que surgem e morrem no céu).

Como todas as instalações e os aparelhos residenciais são projetados para trabalhar em tensões que vão de 90 a 240 V, imagine o que acontece quando tudo isso recebe 1 milhão de volts de uma só vez: a estrutura da casa é danificada, o que pode causar incêndio, queima de aparelhos e até ferimentos nos moradores. Infelizmente, ainda não se encontrou um sistema totalmente à prova dos temíveis raios. Mas é possível minimizar seus efeitos.


Gaiola de Faraday


Quem mora em casa deve considerar a instalação
de um pára-raios. Os mais usados no Brasil, conhecidos como gaiola de Faraday, são os que lançam mão de pequenas hastes coletoras, espalhadas pelas extremidades da construção, interligadas por cabos de cobre. Quando um raio atinge a casa, esse sistema se encarrega de distribuir a carga pelos diferentes ramais, que vão até o solo e mantêm a construção eletricamente neutra.


Franklin

Outro sistema, o Franklin, consiste em um mastro metálico, instalado sobre o telhado e ligado a cabos que conduzem a eletricidade até o solo. Só uma empresa especializada pode dimensionar adequadamente a sua proteção e indicar o melhor método (há casos em que os dois sistemas são combinados).

De qualquer forma, os pára-raios protegem apenas a casa
e em um perímetro determinado – a vizinhança não fica resguardada. Eles também não preservam eletrodomésticos nem computadores. Se a sobrecarga vier pela rede elétrica, pelo fio do telefone ou até mesmo pelo cabo da TV por assinatura, é possível que você tenha seus aparelhos danificados. Para proteger os equipamentos foi criado o supressor de surto de tensão – dispositivo que desvia as sobrecargas, funcionando como uma espécie
de pára-raios interno. Ele não ocupa espaço: instalado
no disjuntor (acima), ele termina em uma pequena caixa colocada junto ao equipamento. Mesmo que você instale
um para cada aparelho, é importante ter um supressor
mais potente no quadro de entrada da casa
e outro na entrada do telefone.

Existe uma forma simples de economizar energia?

A melhor maneira de economizar é fazer um projeto bem dimensionado. Se você optar por chuveiros elétricos ao invés de aquecedores a gás ou energia solar, por exemplo, seus banhos certamente serão mais caros. Mas, no dia-a-dia, é possível tomar providências que baixarão as cifras de sua conta de luz.

Chuveiro elétrico: no verão, ajuste o seletor. A mudança de chave representa uma diminuição de até 30% no preço da água quente.

Geladeira: instale-a em lugar protegido dos raios solares. Nunca use a parte de trás para secar tecidos nem forre as prateleiras. Também não deixe a porta aberta por muito tempo.

Ferro elétrico: evite ligá-lo várias vezes – o que mais consome energia é o aquecimento do aparelho.

Máquinas de lavar: espere juntar roupa ou louça suficiente para usar a capacidade total da máquina. E mantenha os filtros limpos.

Televisor: mesmo com um consumo nominal relativamente baixo, eles gastam bastante, pois tendem a ficar ligados por muito tempo. TV ligada, só quando alguém a estiver assistindo. O mesmo vale para computadores e impressoras

Vou comprar um imóvel usado. Como saber se a rede elétrica tem problemas?

Você pode consultar um eletricista de sua confiança, mas não existe nenhum sistema seguro para fazer uma avaliação completa. Você só saberá quando os disjuntores começarem a cair assim que seus aparelhos, lâmpadas e chuveiros forem acionados. Infelizmente, também não há uma maneira de refazer circuitos ou de acrescentar novos pontos de luz e de tomadas sem quebradeira. O mercado já ofereceu algumas alternativas, como um sistema de lâminas metálicas envoltas em material plástico colocadas sob o carpete – era preciso apenas abrir um pequeno trecho de parede, onde seria instalado o novo ponto. Por falta de segurança, o produto já não circula. As canaletas plásticas, que correm sobre a parede, são hoje a única alternativa possível, mas só são indicadas para circuitos de baixa tensão. Agora você entende por que muitas casas européias mantêm sua instalação à vista: a manutenção e as reformas tornam-se mais fáceis.

Como escolher a lâmpada certa entre tantas disponíveis no mercado?

Na hora da compra, pergunte sobre o consumo de energia, que vai de 9 a 650 watts, e sobre o IRC – Índice de Reprodução de Cor –, que varia entre 70 e 100 e diz respeito ao tom da lâmpada. Quanto mais próximo da luz do Sol, maior é o IRC.

Incandescente

O mercado oferece uma infinidade de modelos, mas não se atrapalhe: as lâmpadas se enquadram, basicamente, em três grupos: incandescentes, halógenas e fluorescentes. As mais antigas, que ainda predominam nas residências, são as incandescentes, que produzem luz a partir do aquecimento de um filamento de tungstênio. Com IRC de 100 (excelente), elas apresentam um baixo custo unitário. Os inconvenientes são o alto consumo de energia e a vida útil não muito longa (1 000 horas, em média). As incandescentes, ainda, costumam escurecer com o passar do tempo. Isso acontece porque o filamento de tungstênio desprende partículas que vão aderindo às paredes da lâmpada, causando o escurecimento. É claro que a poeira e a poluição acumuladas sobre ela contribuem para diminuir sua eficiência. Aqui, a solução é simples, mas geralmente esquecida: lâmpadas também precisam ser limpas.

Halógena

As halógenas são incandescentes que sofreram a adição de gases halógenos – eles reagem com as partículas de tungstênio desprendidas e as depositam de volta no filamento. Por esse motivo, elas não escurecem e duram mais (entre 2 000 e 4 000 horas). Esse grupo inclui as dicróicas – halógenas dotadas de um relfletor capaz de reduzir o calor excessivo produzido por esse tipo de lâmpada.




Fluorescente

Mais econômicas (seu consumo é 80% menor que o das incandescentes), as fluorescentes não têm filamento, mas gás mercúrio, e emitem luz fria a partir da descarga gerada por um reator. A durabilidade é considerável: entre 7 000 e 10 000 horas. O IRC varia de 70 a 85. Os modelos mais novos, que respondem pelo IRC mais alto, são encontrados em diversas tonalidades, das mais esbranquiçadas às mais amareladas. Portanto, preste atenção aos ambientes em que vai usá-las. Eficientes em banheiros, cozinhas e salas de estudo, as fluorescentes podem dar a espaços como salas e quartos uma atmosfera que lembra os escritórios.




Quando algum equipamento é acionado, a luz perde intensidade. O que fazer?

Esse tipo de interferência é comum e, geralmente, acontece quando se liga um aparelho de maior potência. Fique alerta: costuma ser sinal de que a distribuição de fases não está equilibrada. A solução é criar novos – e exclusivos – circuitos para os aparelhos que consomem mais energia, liberando os circuitos das lâmpadas e das tomadas comuns.

Fonte: Arquitetura & Construção