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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Infraestrutura de loteamentos

Confira custos estimados de infraestrutura de loteamentos orçados pela equipe de engenharia da PINI. Objetivo é apresentar referências, com a ressalva de que as variáveis de cada empreendimento devem ser respeitadas

Quais os principais custos que compõem a infraestrutura de loteamentos? É essa a pergunta que a equipe de engenharia da PINI ajuda a responder nas páginas a seguir. Para isso, foi analisado um projeto completo de loteamento. O intuito é oferecer referências às empresas e aos orçamentistas, com a ressalva de que os custos variam de acordo com região, padrão e terreno do empreendimento; descontos obtidos pelas construtoras, entre muitas outras características. Em outras palavras: o orçamento a seguir deve ser encarado não como um modelo, mas como mais uma entre outras referências.

Os números tiveram como base as composições do TCPO 13 (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos). "Recebemos um projeto completo e a partir dele levantamos todas as quantidades necessárias para a execução de cada etapa descrita", explica Bernardo Corrêa Neto, gerente de engenharia da PINI. Depois de pronto, o orçamento foi enviado a quatro especialistas, que sugeriram ajustes e fizeram as ressalvas necessárias (veja quadro).

No estudo, foram contemplados os seguintes itens: rede de drenagem (todos os serviços necessários para a captação das águas pluviais); rede de esgoto sanitário para captação de esgotos domésticos; rede de água potável para alimentação dos lotes; rede subterrânea de alimentação de energia elétrica e iluminação pública; rede subterrânea de telefone; pavimentação de ruas e calçadas e paisagismo. Movimentação de terra não foi considerada por depender totalmente das características do terreno.

Vale ressaltar que os serviços citados podem ser inerentes às obras a serem executadas sobre lotes tanto de média e alta rendas, como de baixa. "Isso porque um empreendimento voltado para a baixa renda também exige a entrega de infraestrutura pronta, semelhante à de alto padrão", diz Neto. No entanto, ele ressalva que nos empreendimentos econômicos é mais usual a execução de redes aéreas para alimentação elétrica, em vez das subterrâneas que constam no orçamento. E completa: "redes de telefone geralmente não são executadas, ficando a cargo das concessionárias locais, que utilizarão cabeamento aéreo aproveitando o posteamento existente", observa Neto.

A ressalva de especialistas

O objetivo do orçamento apresentado pela PINI não é ser "a" referência em infraestrutura de loteamentos, e sim oferecer parâmetros para os orçamentistas calcularem seus próprios custos de acordo com variáveis de cada empreendimento. Confira abaixo a opinião de quatro especialistas, que fazem ressalvas quanto aos custos apresentados.

"O custo final apresentado pode sofrer variações significativas em função do tamanho dos lotes. Quanto maiores os lotes, menor a quantidade de vias a serem pavimentadas e iluminadas. Além disso, lotes maiores geralmente implicam populações menores e, portanto, menor o custo das redes. É necessário ressaltar que o orçamento não contempla movimento de terra justamente por este depender da topografia do local. O custo também poderá ser influenciado pelos itens que o compõem. Em função da legislação da região, instalações como ETE´s (Estações de Tratamento de Esgoto) e reservatórios podem ser exigidas. Há quem tenha o costume de inserir outros gastos nesse custo, como a elaboração dos projetos e gastos com construções" Yorki Estefan, diretor de engenharia da construtora e incorporadora Conx


"Devemos ter em mente que os terrenos a serem destinados a esses empreendimentos têm os mais variados formatos, condições topográficas, condições geotécnicas etc. Da mesma forma, as exigências das concessionárias e prefeituras em relação ao arruamento, redes de infraestrutura e suas dimensões também variam de cidade para cidade" Solly Exman Kleingesinds, engenheiro civil da área de planejamento econômico da CBRI (Cyrela Brasil Realty Industrial)


Em uma rua de 200 m não é necessário colocar tubulação pluvial em toda a sua extensão, pois parte da água pode correr na sarjeta. Também não temos informações sobre a área de contribuição pluvial, mas tubulação de 800 mm parece ser muito grande para essa área. A quantidade de boca-de-lobo e pv (poço de visita) está exagerada para esse projeto. Dependendo da declividade da rua, normalmente colocamos boca-de-lobo a cada 80 m ou 100 m de distância. Mesmo usando tubulação nas duas calçadas, me parece que a metragem indicada para rede de água potável, de 1.037 m, é muito alta" Luis Augusto Gregio Perez, diretor técnico e sócio proprietário da Construtora Pacto


"Não foram considerados nesses custos os valores referentes aos licenciamentos ambientais tais como: autorizações de supressão de vegetação, intervenções ou coisa semelhante. Tampouco foram considerados os custos de projetos executivos e aprovações nos órgãos públicos pertinentes" Mauro Fernando Tallavasso Vassovínio, diretor da Serviobras



Quadro 2 - O que foi e não foi considerado

Foi considerado: rede de drenagem (todos os serviços necessários para a captação das águas pluviais); rede de esgoto sanitário para captação de esgotos domésticos; rede de água potável para alimentação dos lotes; rede subterrânea de alimentação de energia elétrica e iluminação pública; rede subterrânea de telefone; pavimentação de ruas e calçadas e paisagismo.

Não foi considerado: movimentação de terra, serviços topográficos, administração local, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), taxas de licenciamentos ambientais, taxas de aprovações municipais e/ou estaduais, projetos.

Os preços apresentados são de custo. Ou seja, não incluem BDI (Benefícios e Despesas Indiretas).

Sobre os preços de mão de obra estão inclusos os encargos sociais de 129,34% para SP e RJ, e 127,95% para as demais regiões.

MAT = materiais; MO = mão de obra; TOT = total

Clique e veja: >>> CUSTOS - INFRAESTRUTURA DE LOTEAMENTOS

Fonte: Construçãomercado

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