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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Custo de habitação popular com alvenaria estrutural





Confira os custos de uma edificação econômica com 28 apartamentos de 50 m² executada em alvenaria estrutural

De olho no mercado de habitação econômica, a pergunta recorrente entre construtoras e incorporadoras tem sido: quanto custa uma edificação com alvenaria estrutural? A equipe de engenharia da PINI foi atrás dessa resposta e destrinchou os principais custos que compõem o orçamento de um prédio padrão popular com uso da solução.

Para isso, tomou como referência o projeto de um edifício com sete pavimentos, considerando somente os custos diretos da construção. Distribuídos em uma área construída de cerca de 1,6 mil m2, os quatro apartamentos por andar de aproximadamente 50 m2 contam com dois dormitórios, sala, cozinha, área de serviço, um banheiro e varanda.

Após levantamento dos quantitativos foram utilizadas no orçamento as composições do TCPO 13 (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos) da PINI. "Caso tenha interesse, os construtores poderão usar o orçamento, aliado a um bom projeto, como base para viabilizar seus empreendimentos", diz Bernardo Corrêa Neto, gerente de engenharia da PINI.

Para compor o orçamento, além dos requisitos de uma edificação comum - tais como fundação, alvenarias, instalações de telhado etc. -, também se levou em consideração algumas particularidades estruturais. Em função do uso da alvenaria armada, pilares e vigas foram excluídos e, como as lajes também são pré-moldadas, os consumos de concreto, armação e fôrma diminuíram consideravelmente. "O uso da alvenaria com régua metálica aumentou o custo da mão de obra. Mas, por outro lado, eliminou a necessidade de revestimento interno", explica o engenheiro.

De fato, um dos grandes benefícios da alvenaria estrutural é a possibilidade do barateamento do custo da estrutura. E justamente por isso, apesar de limitar a "personalização" das unidades, o sistema é muito bem-vindo em produtos destinados à baixa renda. Entre as vantagens da solução em relação ao modelo convencional está a regularidade das medidas dos elementos, proporcionando menor desperdício de materiais e até mesmo a eliminação de serviços de chapisco e fôrmas (para execução das vigas e dos pilares).

Vale reforçar que o orçamento apresentado nas próximas páginas não é absoluto e está sujeito a alterações diversas decorrentes das peculiaridades de cada obra. A ressalva também vale para os preços unitários, que podem ser diminuídos conforme as boas negociações das construtoras com seus fornecedores.



O que foi e não foi considerado
> Os orçamentos consideram apenas a construção
> Como revestimento, adotou-se pintura látex na fachada
> Custos como serviços preliminares, alojamento, limpeza da obra, sistemas de aterramento, arruamento, canteiros e terraplenagem foram desconsiderados
> O projeto prevê a utilização de fundações com estaca tipo Strauss, laje convencional treliçada; alvenaria de blocos de concreto estrutural; esquadrias de alumínio, instalações hidráulicas de água fria e esgoto em PVC; revestimento de piso em cerâmica comum nas áreas molhadas e cobertura com estrutura de madeira e telha cerâmica
> O projeto base para orçamentação prevê a construção de uma edificação com sete pavimentos-tipo, sendo três deles localizados abaixo do nível de acesso ao prédio. A disposição dos pavimentos, possibilitado pela declividade do terreno onde a construção foi edificada, permitiu o aumento do número de unidades sem dispêndio com instalação do elevador



Especialistas opinam
"O orçamento está coerente, sobretudo no que tange ao processo construtivo. Porém, em Porto Velho (RO), é necessário fazer algumas ressalvas, principalmente no item mão de obra que, por aqui, é encarecida dada a escassez de profissionais qualificados e a necessidade de importação de outros Estados, além da grande distância da região em relação aos centros produtores. Por questões ambientais, insumos básicos, como areia e brita, apresentam preços muito altos e, com a alta demanda, nos últimos dois anos seus preços mais do que dobraram"

Paulo Adriane da Costa Medeiros, engenheiro orçamentista da Coeng Comércio e Engenharia.


"Quanto aos preços apresentados, certamente sempre existe uma possibilidade de conseguir boas negociações e, com isso, descontos comerciais. Um ponto que deveria ter sido considerado é a impermeabilização de baldrames, já que o projeto contempla a construção de apartamentos no pavimento térreo que poderão apresentar problemas de umidade e, consequentemente, futuros custos de manutenção. Como a estrutura tem sete pavimentos, teremos mais de um tipo de bloco estrutural (com maior resistência) e isso deveria aparecer no orçamento, pois os preços dos blocos apresentam diferenças. No projeto, alguns itens podem ser melhorados a fim de proporcionar redução nos custos, tais como a utilização de portas de madeira com bandeira; massa única no lugar de emboço e reboco (tanto interna como externamente); escada tipo jacaré e a otimização das instalações de modo a minimizar os rasgos, que devem ser evitados na alvenaria estrutural"

Luiz Fernando Ferreira de Castilho, gerente de orçamento da Sinco Incorporadora e Construtora.


"Os itens fundação e subsolo representam 4% desse orçamento ante 1,6% do orçamento da MPD Engenharia. Isso porque o orçamento apresentado leva em conta o uso da fundação em estaca tipo Strauss, que às vezes pode ser mais cara. É necessária uma análise mais sólida na hora de decidir por um tipo de fundação específico. No item estrutura, notei que o grout é um item que deveria estar contemplado em alvenaria e que a laje pré-fabricada pode ter sido uma subatividade (insumo) que encareceu a atividade, pois seu custo unitário de material está um pouco elevado em relação aos preços praticados pela nossa empresa. A locação mensal da escora metálica, sob um valor fixo, ajudaria no controle orçamentário. No item revestimento, substituir a argamassa cimentícia por revestimentos de gesso (nas áreas não frias) traria uma considerável economia"Weslley Fabrício, engenheiro e coordenador de obras sênior da MPD Engenharia.




Características do orçamento


EDIFÍCIO POPULAR COM ALVENARIA ESTRUTURAL


> Área construída de 1.627,29 m²
> Prédio padrão popular com sete pavimentos, sendo quatro apartamentos por pavimento
> Apartamentos de dois dormitórios, sala, cozinha/área de serviço, banheiro e varanda
> Fundações com estaca tipo Strauss
> Laje convencional treliçada
> Alvenaria de blocos de concreto estrutural
> Esquadrias de alumínio
> Instalações hidráulicas de água fria e esgoto em PVC
> Revestimento de piso em cerâmica comum nas áreas molhadas e regularização nos demais para revestimento posterior
> Cobertura com estrutura de madeira e telha cerâmica

Confira os custos de uma edificação econômica com 28 apartamentos de 50 m² executada em alvenaria estrutural





Fonte: Construção Mercado

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Infraestrutura de loteamentos

Confira custos estimados de infraestrutura de loteamentos orçados pela equipe de engenharia da PINI. Objetivo é apresentar referências, com a ressalva de que as variáveis de cada empreendimento devem ser respeitadas

Quais os principais custos que compõem a infraestrutura de loteamentos? É essa a pergunta que a equipe de engenharia da PINI ajuda a responder nas páginas a seguir. Para isso, foi analisado um projeto completo de loteamento. O intuito é oferecer referências às empresas e aos orçamentistas, com a ressalva de que os custos variam de acordo com região, padrão e terreno do empreendimento; descontos obtidos pelas construtoras, entre muitas outras características. Em outras palavras: o orçamento a seguir deve ser encarado não como um modelo, mas como mais uma entre outras referências.

Os números tiveram como base as composições do TCPO 13 (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos). "Recebemos um projeto completo e a partir dele levantamos todas as quantidades necessárias para a execução de cada etapa descrita", explica Bernardo Corrêa Neto, gerente de engenharia da PINI. Depois de pronto, o orçamento foi enviado a quatro especialistas, que sugeriram ajustes e fizeram as ressalvas necessárias (veja quadro).

No estudo, foram contemplados os seguintes itens: rede de drenagem (todos os serviços necessários para a captação das águas pluviais); rede de esgoto sanitário para captação de esgotos domésticos; rede de água potável para alimentação dos lotes; rede subterrânea de alimentação de energia elétrica e iluminação pública; rede subterrânea de telefone; pavimentação de ruas e calçadas e paisagismo. Movimentação de terra não foi considerada por depender totalmente das características do terreno.

Vale ressaltar que os serviços citados podem ser inerentes às obras a serem executadas sobre lotes tanto de média e alta rendas, como de baixa. "Isso porque um empreendimento voltado para a baixa renda também exige a entrega de infraestrutura pronta, semelhante à de alto padrão", diz Neto. No entanto, ele ressalva que nos empreendimentos econômicos é mais usual a execução de redes aéreas para alimentação elétrica, em vez das subterrâneas que constam no orçamento. E completa: "redes de telefone geralmente não são executadas, ficando a cargo das concessionárias locais, que utilizarão cabeamento aéreo aproveitando o posteamento existente", observa Neto.

A ressalva de especialistas

O objetivo do orçamento apresentado pela PINI não é ser "a" referência em infraestrutura de loteamentos, e sim oferecer parâmetros para os orçamentistas calcularem seus próprios custos de acordo com variáveis de cada empreendimento. Confira abaixo a opinião de quatro especialistas, que fazem ressalvas quanto aos custos apresentados.

"O custo final apresentado pode sofrer variações significativas em função do tamanho dos lotes. Quanto maiores os lotes, menor a quantidade de vias a serem pavimentadas e iluminadas. Além disso, lotes maiores geralmente implicam populações menores e, portanto, menor o custo das redes. É necessário ressaltar que o orçamento não contempla movimento de terra justamente por este depender da topografia do local. O custo também poderá ser influenciado pelos itens que o compõem. Em função da legislação da região, instalações como ETE´s (Estações de Tratamento de Esgoto) e reservatórios podem ser exigidas. Há quem tenha o costume de inserir outros gastos nesse custo, como a elaboração dos projetos e gastos com construções" Yorki Estefan, diretor de engenharia da construtora e incorporadora Conx


"Devemos ter em mente que os terrenos a serem destinados a esses empreendimentos têm os mais variados formatos, condições topográficas, condições geotécnicas etc. Da mesma forma, as exigências das concessionárias e prefeituras em relação ao arruamento, redes de infraestrutura e suas dimensões também variam de cidade para cidade" Solly Exman Kleingesinds, engenheiro civil da área de planejamento econômico da CBRI (Cyrela Brasil Realty Industrial)


Em uma rua de 200 m não é necessário colocar tubulação pluvial em toda a sua extensão, pois parte da água pode correr na sarjeta. Também não temos informações sobre a área de contribuição pluvial, mas tubulação de 800 mm parece ser muito grande para essa área. A quantidade de boca-de-lobo e pv (poço de visita) está exagerada para esse projeto. Dependendo da declividade da rua, normalmente colocamos boca-de-lobo a cada 80 m ou 100 m de distância. Mesmo usando tubulação nas duas calçadas, me parece que a metragem indicada para rede de água potável, de 1.037 m, é muito alta" Luis Augusto Gregio Perez, diretor técnico e sócio proprietário da Construtora Pacto


"Não foram considerados nesses custos os valores referentes aos licenciamentos ambientais tais como: autorizações de supressão de vegetação, intervenções ou coisa semelhante. Tampouco foram considerados os custos de projetos executivos e aprovações nos órgãos públicos pertinentes" Mauro Fernando Tallavasso Vassovínio, diretor da Serviobras



Quadro 2 - O que foi e não foi considerado

Foi considerado: rede de drenagem (todos os serviços necessários para a captação das águas pluviais); rede de esgoto sanitário para captação de esgotos domésticos; rede de água potável para alimentação dos lotes; rede subterrânea de alimentação de energia elétrica e iluminação pública; rede subterrânea de telefone; pavimentação de ruas e calçadas e paisagismo.

Não foi considerado: movimentação de terra, serviços topográficos, administração local, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), taxas de licenciamentos ambientais, taxas de aprovações municipais e/ou estaduais, projetos.

Os preços apresentados são de custo. Ou seja, não incluem BDI (Benefícios e Despesas Indiretas).

Sobre os preços de mão de obra estão inclusos os encargos sociais de 129,34% para SP e RJ, e 127,95% para as demais regiões.

MAT = materiais; MO = mão de obra; TOT = total

Clique e veja: >>> CUSTOS - INFRAESTRUTURA DE LOTEAMENTOS

Fonte: Construçãomercado